Cargo é um filme de zumbi, mas mais que isso, Cargo é um drama triste, muito triste e ao mesmo tempo belíssimo. A história é de Andy (Martin Freeman), um pai que tenta desesperadamente encontrar um lar para sua filha bebezinha. Diferente dos tradicionais filmes de zumbi, em Cargo vemos todo o processo de zumbificação da pessoa. Após a mordida ela tem 48h até se transformar totalmente e é esse tempo que Andy tem, após ser mordido por sua esposa. Ele percorre uma região desolada da Austrália e no meio do caminho encontra alguns obstáculos, mas encontra também a jovem aborígene, Thommi (Simone Landers) que tenta se esconder de sua tribo com seu pai zumbi, para que a mesma não o mate. Embora eles discordem sobre a essência do ser humano transformado, eles desenvolvem uma linda união.
Cargo não traz muita ação mas em contrapartida ele traz uma carga emocional enorme e especialmente angustiante para quem tem filhos. A pequena Rosie é um caso a parte no filme, ela parece estar realmente atuando de tanta perfeição para um pequeno serzinho. Martin Freeman traz uma carga enorme de emoção e gentileza para o filme, ele é um ator adorável e isso prejudica um pouquinho, pois toda essa amabilidade acaba em alguns momentos tirando um pouco a tensão da situação. Talvez seja uma das poucas coisas que poderiam ter sido melhor trabalhada no filme. Fora isso, Cargo traz uma nova ideia para o gênero e uma sensibilidade e humanidade difícil de se imaginar nesse gênero. Podemos de certa forma comparar Cargo com Train to Busan, no que diz respeito a história de mostrar um pai desesperado em busca de um ambiente seguro para sua filha, mas as semelhanças param por aí, pois em Train to Busan a tensão é muito mais agressiva, já em Cargo é tudo muito sutil e bem mais humano. Simplesmente assistam.