The Rain novo seriado viral do Netflix

Não é de hoje que os seriados e filmes que falam sobre vírus letais e um mundo pós apocalíptico causam certa fascinação, porém de uns anos para cá esse tipo de produção tem aumentado e muito. Não é de se estranhar que esse assunto cause interesse, afinal, é plausível que um vírus consiga dizimar uma grande parte da população de um determinado local. Já aconteceu na época da Peste Negra, tivemos o Ebola mais recentemente e isso são só alguns exemplos. Hoje em dia com a facilidade de locomoção de um local para outro, se torna ainda mais fácil a propagação de uma doença e talvez por isso o interesse tenha aumentado. Lógico que assim como temos essa facilidade de ir e vir, temos também acesso a mais conhecimento e maiores chances de cura ou contenção, mas que a possibilidade de uma catástrofe biológica acontecer causa pânico, isso causa. Fora que uma teoria que aborda o caos humano sempre é um tema que chama a atenção e é nisso que esses roteiros trabalham: no caos.

The Rain, recentemente lançado no Netflix, é um seriado dinamarquês que conta a história de dois irmãos, Rasmus e Simone, que são trancados juntamente com sua mãe num bunker pelo pai Frederik, que é um cientista de uma grande corporação. Uma tempestade se aproxima e Frederik pega seus dois filhos e sua esposa e tenta desesperadamente fugir, mas um acidente os interrompe e eles são levados pelo pai até o abrigo da empresa que o pai trabalha – Apollon. Frederik não fica junto de sua esposa e filhos, ele precisa fazer algo importante e que tem relação com a tal tempestade. Não demora para que os filhos descubram que a tal chuva espalha um vírus mortal. Sozinhos eles passam anos a espera do retorno do pai e como isso não acontece, resolvem sair e descobrir o que aconteceu. É então que se inicia uma fase cheia de descobertas desesperadoras e luta pela sobrevivência.

O início do seriado é lento, mas diferente da maioria das séries nessa temática, ela não deixa a causa ou o paciente zero oculto. Desde o começo sabemos de onde surgiu o vírus, quem o propagou e como ele se espalhou. Não temos zumbis, as pessoas realmente ficam doentes e o grande problema é o contato com um doente ou com um dos elementos mais importantes para a vida humana: a água.

Apesar de algumas falhas no roteiro a produção é boa e desperta atenção, especialmente por trabalhar muito mais a vulnerabilidade dos personagens. Rasmus é uma criança e Simone uma adolescente quando tudo se iniciou e eles de repente se vêem num amadurecimento forçado. Depois que não estão mais no bunker, eles ainda têm que trabalhar uma relação de parceria com pessoas que eles nunca viram na vida, coisa que até então se limitava a eles dois. Não espere um seriado repleto de ação, aqui as coisas acontecem mais nas entrelinhas. É uma forma diferente de se trabalhar com uma situação de ameaça biológica. Apesar de fugir das situações e conflitos a que estamos acostumados e por mais que reclamemos, gostamos pois não deixa de ser uma série interessante. Vale a pena assistir se gosta da temática e possui interesse em ver a mesma situação numa pegada diferente.

Notinhas

*Contém Spoilers

Algumas perguntas que não querem calar:

  • Qual seria a doença inicial de Rasmus?
  • Aparentemente o vírus já não estava mais na chuva, será que Beatrice pegou a doença por ter tido relação com Rasmus? Se sim, porque ela não estrebuchou como os demais doentes?
  • Porque a Apollon deixou Jean vivo e como ele facilmente confiou naqueles que mataram a sangue frio o homem que o acolheu?
  • Porque Simone e Martin não comentaram com Rasmus sobre a chuva não estar mais infectando e como Beatrice poderia ter adoecido? Eles sabiam que Rasmus estava doente e ninguém resolveu conversar sobre o contado dele com Beatrice e ela estar morta de uma forma diferente e ele vivo. Ficou bem falha essa parte;
  • Se Rasmus passa a ser um vírus ambulante, porque diabos não colocaram uma roupa de proteção nele para se protegerem?
  • Quais são os planos da Apollon? Seria Apollon a Umbrella Corporation da Dinamarca? 😉

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