Homeland – Beirut is Back (s02e02)

Quem assistiu e era fã de 24 horas pensou que jamais sentiria aquela emoção novamente, aquele sentimento de desespero, de querer que dê certo sem ao menos saber o que pode dar certo. Não, não estou falando que Homeland é a nova 24 horas e muito menos temos um personagem que nos fascine tanto quanto Jack Bauer, porém o roteiro de Homeland é surpreendente e ótimo, tanto quanto os da série protagonizada por Kiefer Sutherland. O final desse segundo episódio foi digno de uma season finale e isso não é algo pra qualquer um não. A série tem que ser muito estável e madura pra nos apresentar isso. Poucas séries conseguem isso, tais como Sons of Anarchy, Breaking Bad e a citada 24 horas.

*Contém Spoilers

E porque esse final foi tão bom? Simples: Saul achou na mochila que Carrie pegou no apartamento do amiguinho de Nazir, um cartão de memória com a gravação que Brody fez. Como isso foi parar lá e qual o real estado dessa gravação, ainda não sabemos. Porém quem assiste Homeland quer Carrie novamente na ativa, quer que as histórias dela e de Brody se cruzem novamente e esse final pode sinalizar tudo isso e muito mais. Carrie não é mentalmente estável, mas é extremamente inteligente e sua percepção com relação ao carácter das pessoas é excelente, isso em momento algum deixou de ser fato sólido. Só que Carrie tem uma doença e isso faz sua credibilidade ser péssima. Saul é seu amigo, mas ele também é um ótimo profissional e não pode se deixar levar pelas emoções, tem que filtrar e analisar tudo que a companheira de trabalho e melhor amiga faz. Complicado, não? A cena em que ambos conversam no telhado é emocionante e mostra bem como essa relação é importante e complexa.

Por outro lado, as emoções de Brody não são as mais estáveis do mundo. Ele está desgastado, confuso e sem identidade, não sabe mais quem é amigo ou inimigo, qual sua missão e até onde está disposto a chegar. Bem diferente do Brody da primeira temporada, que conseguiu enganar o polígrafo, confundir Carrie e toda a nação norte americana. Seu filha Dana acaba sendo uma ponte na relação dele com a mulher, que não funciona muito bem desde que ele reapareceu nos EUA. Nem mesmo entre seus companheiros da marinha as coisas funcionam bem. A realidade é que Brody é um homem totalmente sozinho e mentalmente confuso, a cada episódio isso fica mais evidente e nesse a gente percebe bem quando ele manda um SMS para o Abu Nazir, bem ali no Pentágono, no meio de uma mega operação. Depois de ter feito isso, ele se encontra com a repórter aliada de Nazir e diz que é um congressista, que não pode ficar fazendo essas coisas e que não é o homem para esse serviço. A pergunta que fica é, então porque fez? Simples, porque ele não sabe mais quem é e o que quer da vida.

É nesse ritmo de conflitos psicológico frenéticos que a coisa caminha em Homeland. Não é a toa que foi tão premiada 😉

 

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