O episódio desta semana foi inteiramente dedicado às mulheres. Seja tomando o poder que lhes foi tomado, seja botando os homens para fazer o que deve ser feito, foi uma grande homenagem ao poder feminino. Mas como isso é Game of Thrones, é muito provável que várias dessas atitudes acabem dando ruim.
*Contém Spoilers
Mais uma vez temos um episódio iniciando em Castle Black, onde Dolorous Edd tenta convencê-lo a continuar na luta contra os Outros. Mas a discussão é interrompida com a chegada de Sansa, Brienne e Pod, o que simplesmente muda tudo. Os dois irmãos precisam colocar a conversa em dia. Mas a conversa mais tensa dessa primeira parte foi a de Brienne com Davos e Melisandre. Ela deixa bem claro que sabe que os dois estavam envolvidos na morte de Renly, e que foi ela mesma quem matou Stannis. Se qualquer um dos dois der algum mole, Brienne não vai pensar duas vezes.
Depois de muito tempo, voltamos ao Vale, onde o todo poderoso (sqn), Lord Robin Arryn está treinando arco e flecha – o pobre garoto não tem força nem para fazer a flecha alcançar o alvo. Mindinho aparece com presentes e deixa bem explícito o seu poder sobre o garoto, garantindo assim a lealdade de todos da região para atender aos seus interesses. E o interesse dele neste momento é marchar rumo ao Norte.
Voltando para as terras livres de Essos, Tyrion negocia a paz com os escravocratas de Yunkai, Astapor e Volantis. Grey Worm e Missandei estão claramente muito desconfortáveis com a ideia de negociar com os senhores dos escravos, mas na hora H acabam apoiando Tyrion. O combinado é acabar com a escravidão em 7 anos, tempo suficiente para eles verem que com ou sem escravos, os ricos podem continuar sendo ricos mesmo sem a escravidão. Ele sabe que precisa de Missandei e de Grey Worm do lado dele para acalmar os ânimos dos recém libertos e por isso tenta explicar para eles que ele mesmo já foi um escravo e que ele também é muito subestimado por todos eles. Essa será a chave da vitória de Daenarys e sua turma.
Falando em Daenerys, Jorah e Daario finalmente chegam a Vaes Dothrak, a capital dos Dothraki e onde a rainha mãe dos dragões está aprisionada. Eles sabem que não tem como lutar contra todos os khalasars ao mesmo tempo e precisam se infiltrar na cidade para salvá-la. Quando finalmente conseguem, Daenerys pede que a deixem resolver tudo sozinha e que depois ela pede a ajuda deles.
Voltamos a King’s Landing, onde o High Sparrow tem um tête-à-tête com Margaery. Ela cita o A Estrela de Sete Pontas – espécie de Bíblia de Game of Thrones, impressionando o High Sparrow. Depois disso, o chefe da Fé Militante a leva para ver o irmão Loras. Pobre rapaz, está destroçado, diz que não aguenta mais aquilo e que é capaz de fazer qualquer coisa para terminar esse sofrimento. Margaery fica muito impressionada, tenta levantar a moral do irmão, mas parece que ali não tem mais salvação.
Já no palácio real, Cersei encontra seu filho recebendo conselhos do Mestre Pycelle, que é devidamente enxotado dali para que ela possa bater um papo animado com seu filho. Ela consegue convencê-lo a contar tudo o que conversou com o High Sparrow. Depois disso, ela se junta a Jaime e vai conversar com o resto do Pequeno Conselho. Apresenta uma estratégia que parece fazer sentido, chegando até mesmo a convencer Olenna Tyrrel e seu tio Kevan Lannister de que atacar a Fé Militante é a melhor saída agora, senão Margaery também será forçada a fazer a Caminhada da Vergonha.
Nas Ilhas de Ferro, o herdeiro Theon é recebido com várias pedrinhas por sua irmã Yara. Ela sabe que ele, que nunca foi o modelo de força e determinação que os Greyjoys tanto admiram, está ainda mais fraco. Mas ela não faz ideia do quão destruído ele está. Quando ele declara apoio à causa da irmã para virar a comandante das Ilhas de Ferro, os olhinhos dela brilham. Mas será que ter um fracote como seu principal apoiador uma boa pedida, ou só vai atrapalhar mais as coisas?
No episódio de hoje de “1001 motivos para odiar Ramsay Bolton”, temos a participação especial de Osha. Ela tenta fazer a mesma coisa que já tinha feito com Theon, mas mal sabia ela que Ramsay já estava preparado, pois Theon já tinha dado a ficha completa da selvagem. Ela acaba morta, mas não sem antes nos dar a esperança de que talvez conseguisse nos livrar do bastardo Bolton.
Durante o jantar em Castle Black, enquanto discutiam quais seriam os próximos passos – como por exemplo recuperar Winterfell para o lado dos Stark – chega uma carta para Jon. É Ramsay, que entre ameaças e xingamentos, pede que Jon entregue sua irmã de volta sob risco de Rickon sofrer as consequências. Parece que agora a coisa vai ficar séria. Porém Jon tem um exército de selvagens de apenas 2 mil pessoas, enquanto Ramsay possui pelo menos 5 mil – sem contar os novos apoios dos Umbers e Karstarks, que Sansa ainda não está sabendo. Além de contar com a ajuda dos outros senhores do Norte que tem motivos para apoiar tanto a causa de Sansa quanto lutar contra os selvagens, parece que eles vão precisar de mais gente. Vão ter que apelar para o pessoal do Littlefinger e aí vai ficar pequeno pro Ramsay.
Pela primeira vez na temporada, o episódio não terminou em Castle Black, pois temos a conclusão da jornada de Daenerys por Vaes Dothrak. E que final quente (a-ha)! Daenerys decide tacar fogo na porra toda, mata todos os Khals e agora tem todos os Dothraki aos seus pés, depois de usar novamente o truque da pira e aparecer peladona na frente de todo mundo. Vamos ver se eles vão ter a manha de cruzar o mar para chegar a Westeros – que por sinal eles chamam de Mar Venenoso, pois é água que cavalo não pode beber. Esse exército é mais que suficiente para derrotar o pessoal de Yunkai, Astapor e Volantis. Mas para conquistar Westeros ainda não me parece suficiente. Mas um problema de cada vez, não é mesmo?
Notinhas
- Desde o fim da primeira temporada, essa foi a primeira vez que dois irmãos Stark se encontram. Será que teremos mais reencontros ainda nesta temporada?
- Mesmo sem querer, Brienne acabou salvando Melisandre de explicar a Davos o que aconteceu com Shireen, a filha de Stannis. Mas nós não nos esquecemos.
- Brienne + Tormund, mais um casal improvável. Os olhares já começaram e Brienne é a única não selvagem que Tormund olharia em todos os Sete Reinos. Mas vai ser difícil domar a fera, Tormund, boa sorte com isso. Provavelmente não vai rolar nada além de alguns momentos cômicos.
- Littlefinger é muito ardiloso, nunca sabemos ao certo quais as suas intenções. Ele cresce é no caos e caos é o que não falta no Norte, por isso é pra lá que ele vai. Mas será que ele não está subestimando Sansa demais? Ela não é como o herdeiro dos Arryn, ainda mais depois de passar uma temporada com Ramsay. O desenrolar dessa relação entre Mindinho e Sansa promete ser bem interessante.
- Vemos neste episódio a habilidade diplomática de Tyrion como contraponto à vingança cega e violenta de Daenerys na forma como lidar com os donos de escravos. Será que dessa vez o desfecho será melhor? Ainda acho que o que Tyrion fez foi só ganhar tempo para resolver Mereen e só depois renegociar com os chefes das outras cidades, quando tiver mais cacife para dar uma solução definitiva para esse problema.
- Interessante como a conversa entre o High Sparrow e Margaery se deu em outro nível comparada com a conversa com Tommen no episódio anterior e até mesmo com Cersei, na temporada anterior. Margaery é muito mais esperta que os dois Lannisters, muito mais estudiosa e consegue esconder suas emoções muito melhor. Mas mesmo assim me parece que ela caiu na armadilha dele. O objetivo dele era usar Loras para enfraquecê-la, e não o contrário como ela acreditou. E acho que deu certo.
- Coitado de Tommen. Todo mundo faz o que quer dele. A cabeça do moleque chega a dar nó com tanto conselho conflitante.
- Cersei parece ter voltado ao controle. Na cabeça dela, somente os irmãos Tyrrel estão correndo risco caso a estratégia dê errado. Me parece mais um dos erros de cálculo de Cersei, isso vai acabar espirrando no rei Tommen.
- Para os Greyjoy, as coisas devem ser conquistadas a força. “I take what is mine. I pay the iron price” – Balon Greyjoy. Eles são os piratas do universo de Game of Thrones, para eles algo só tem valor se for tomado, conquistado. Qualquer frescura ou algo comprado com dinheiro é visto como sinal de fraqueza. Por isso acho que esse apoio de Theon tem mais a atrapalhar do que a ajudar Yara.
- Pobre Osha. Três temporadas longe das telas, e em apenas duas cenas já está morta.
- Ramsay chama Jon de bastardo várias vezes na carta. Isso se chama projeção :p
- Daenerys com os Dothraki tentando acabar com a escravidão em Essos. Tem um sério conflito aí, os Dothraki são estupradores e adoram seus escravos, como será que isso vai se desenrolar? Prevejo problemas em algum momento, vamos ver se agora Daenerys vai conseguir lidar melhor com isso.
- Mais alguém aí ficou com saudades das viagens no tempo do Bran? Será que o desfecho da Tower of Joy vem no próximo episódio? Algo me diz que não, que isso será guardado para a fase final da temporada. As visões de Bran estão tão interessantes que aceito qualquer coisa 🙂
- Depois da estreia já se passaram 3 episódios e nada de Dorne. 🙁