The Walking Dead – Honor (s08e09)

Após a vinda do Papai Noel, fogos de artifícios de ano novo, carnaval, estreia do BBB18 e Olimpíadas de Inverno, The Walking Dead retorna para nos apresentar a morte que começou em How It’s Gotta Be (ep.08). E nos trouxe um episódio que a muito tempo a série não trazia, cheio de sentimentos, daqueles de dar um nó na garganta, mesmo que você relute contra, mesmo que você queira manter uma fama de hater. Assim como os personagens, atores, produtores e o show irá sobreviver sem Carl, nós também iremos e pelo menos tivemos uma despedida bonita e merecida para um personagem que estava conosco desde o início, que vimos crescer, não somente no seriado, como também na vida.

*Contém Spoilers

Finalmente pudemos descobrir o que era aquela visão do “Rick vovô”. Não era o xerife Grimes alucinando com visões do futuro enquanto sofria quase morte na vida real, era seu filho passando por isso e tendo essas alucinações. Se rebobinar a fita e analisar outros episódios onde temos essas cenas, vemos que em nenhuma delas Carl está presente. A visão/desejo de futuro do menino Carl é muito linda, porém, linda demais para um mundo assolado por mortos que andam e te desejam e onde a sobrevivência a qualquer custo é quase lei. Mas Carl plantou a sementinha – literalmente – agora resta saber se irá germinar, brotar e dar frutos e se esses supostos frutos serão comestíveis.

O dia pré morte de Carl foi o mais zen possível, ele se lavou, se trocou calmamente, escreveu se despedindo de todos, plantou uma árvore, sentiu a brisa e o calor do sol em seu rosto e aceitou sua morte eminente melhor que qualquer personagem que já passou pelo seriado. Além disso ele tomou a morte em suas mãos e finalizou seu destino numa sobriedade que raramente vemos. Desde o início fiquei imaginando quem iria dar a “misericórdia” para Carl e o quanto dolorido seria o próprio pai ou Michonne, que era uma espécie de mãe/melhor amiga do garoto, porém, num ato de extrema coragem, ele mesmo se deu o tiro final. Quando aparece na tela Michonne e Rick sentados do lado de fora, ouve-se o barulho e eles dão um leve pulo, quase conseguimos sentir o mesmo que eles.

Em contraponto a toda essa pacificidade que ocorre em Alexandria, temos Carol e Morgan na missão resgate de Ezequiel. Eles trabalham muito bem juntos, talvez só não tão bem quanto Carol e Daryl, mas isso é um outro esquema. Lá está Ezequiel quase de volta em sua performance de Rei, amarrado, mas incrivelmente calmo e filosofando como sempre na espera da ajuda chegar, ou não. Mas a ajuda chegou e veio botando pra quebrar, apenas dois conseguiram colocar pra baixo uns dez salvadores, não tenho certeza do número, não contei, mas me pareceu algo perto disso. Morgan também protagoniza uma das cenas de morte de um não zumbi, mais impressionante do seriado. Num momento “dia de fúria“, ele, que está acuado, desarmado, mata seu oponente puxando seus intestinos para fora através de um ferimento no estômago do cara, com as mãos. Tipo, ódio mortal, sangue nos olhos. O líder daquele grupo de salvadores assiste tudo aquilo incrédulo (quem vê até parece que ele não tem o Negan como chefe) e sendo o único sobrevivente sai correndo. Numa cena bastante Sexta-Feira 13, Morgan calmamente vai atrás do cara, enquanto esse corre como pode, pois está com a perna machucada pelo tiro que tomou. Chega o momento de matar o inimigo e Carol e Ezequiel tentam persuadir Morgan a não fazê-lo. O dilema mata ou não mata, sou um assassino sanguinário ou uma pessoa-aikido que não vê necessidade na morte e Pah! o pequenino Henry aparece e resolve a parada para todos. Carol fica num misto de decepcionada, irritada e chocada, Ezequiel faz o papel de protetor compreensível e amável e Morgan, bem, sabe-se lá, ele tá sempre com aquela cara de paisagem borrada que não sabemos se é um quadro abstrato ou se a pintura foi danificada, enfim, aquela cara de não sabemos qual tipo de emoção está sentindo.

Negan ainda está vivo, ainda temos muitos Salvadores, temos Eugene, temos o povo de Oceanside, tem aquela galera freak show do lixão, tem muita coisa pra acontecer e o show tem que continuar.

Notinhas

  • Eugene aparece nas visões de Carl como parte do grupo. Não acho que ele mereça lugar na mesa;
  • Negan, senhoras e senhores, Negan aparece todo fofo nas visões de Carl. Bem, de acordo com os quadrinhos isso faz sentido, mas será que no seriado também fará? O pessoal mal consegue aceitar Dwight, será que aceitariam Negan depois de tudo que ele fez? E por qual motivo? Interessante, gosto de pensar sobre isso;
  • Além de Michonne e Rick, somente Siddiq se despediu de Carl. Foi bem estranho ver algumas pessoas que ele convivia bastante, ali do lado e de repente elas levantam pra ir pra Hilltop e mal olham para o Carl. Tudo bem que não dá pra ficar ocupando o tempo do episódio com longas despedidas de todos, mas, sei lá, ficou estranho. Daryl não é um cara muito de despedidas e nem de demonstrar emoções de forma calorosa, ele apenas pega Judith no colo e diz para Carl “você salvou todas essas pessoas. Tudo você, cara”. E assim, nas entrelinhas, entendemos tudo. Mas, poxa, pelo menos um abraço, Daryl, sabemos que você consegue;
  • Siddiq é médico, olha o legado que Carl deixou 😉

 

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