O que faz a pessoa querer viver num mundo onde praticamente todos que você conhece e tudo com o que está acostumado não existe mais? Além, obviamente, do instinto animal de sobrevivência. A resposta é: esperança. Esperança de que esse novo mundo é transitório, as novas relações vão se consolidar e tudo irá melhorar, mesmo que as marcas e lembranças dolorosas do passado continuem presentes no corpo e na mente.
*Contém Spoilers
E é com esse sentimento de esperança que Abraham, Rosita, Maggie, Glenn e Tara caminham. Porém, no caso desse grupo, essa esperança é baseada em torno de algo supostamente legítimo – o conhecimento da doença e a cura. Eugene é o protagonista dessa tão esperada e procurada cura. O grupo viaja para a capital D.C, não existe tempo para pensar, respirar, negociar, só a ânsia de chegar. E o líder do comboio, Abraham, um veterano alucinado, que não vê falhas nesse plano, somente o futuro, gerencia com mão de ferro. Porém, nem toda batalha é vencida na força bruta e quando o ônibus em que eles estão sofre um acidente e o grupo aos poucos começa a se preocupar com essa busca desenfreada para a chegada em Washington.
Eugene é um homem muito estranho, que veste de forma muito absurda a “roupa” de cientista intelectual. Ele não colabora com o grupo, é covarde e nunca revela detalhes do tal plano mirabolante para curar o mundo. Todos o defendem, pois o líder disse que assim deveria ser. Sem maiores explicações todos continuam, até que as coisas começam a fugir do controle. O chefão não está em suas plenas condições mentais e faz com que todo o grupo o questione. Eugene permanece em seu papel de cientista covarde catatônico. Mas a farsa não poderia durar para sempre e quando Abraham ordena uma ação absurda de enfrentar centenas de zumbis, pois o mundo depende deles, Eugene não se aguenta e revela sua real personalidade. Um cara muito inteligente e extremamente dissimulado, porém, muito covarde. Que se aproveitou de um momento de fraqueza do ruivo para ter seu próprio segurança particular e ter alguma chance de sobrevivência no novo mundo. Não existe, pelo menos não pelas mãos e cabeça de Eugene, a tal cura. Só uma grande farsa humana, dessas que vemos diariamente. É meus queridos, o que será desse grande soldado, agora? Perdeu sua missão de vida. Irá encontrar outra?
Notinhas
– Realmente, esse Eugene nunca foi confiável. Por que todo mistério em torno da doença/cura? Não fazia sentido. Todos ali o estavam protegendo, ninguém era uma ameaça intelectual, qual era o grande problema em falar sobre o assunto? Ele não existir, óbvio;
– Maggie e Glenn aceitaram seguir o grupo, porém, aceitar os devaneios de Abraham de forma tão “cordeirinhos’, não cabe bem nos personagens;
– Que o soldadinho de chumbo estava perdendo a cabeça, isso já estava aparente fazia um tempinho. Mas saber que ele acreditou em Eugene de forma tão submissa. Foi patético;
– Cadê Carol, Daryl, Rick e Michonne? Um episódio sem eles não é a mesma coisa. Que venha o próximo 😉