The Walking Dead: Judge, Jury, Executioner

O episódio onze começou tenso e terminou mais tenso ainda. Mas afinal, não é essa mesmo a proposta do seriado? Tocar no ponto mais frágil da humanidade, justamente sua condição de animal racional e que por ser racional vive sob determinadas normas e culturas. No entanto quando isso é extremamente abalado e seu lado mais animal tem que falar mais alto para proteger seu instinto de sobrevivência, entramos em conflitos internos, não? Esse ponto é tocado sem nenhum pudor em Judge, Jury, Executioner. A dois episódios do final da temporada, o seriado não poupou nossa mente e nos fez pensar: o que faríamos no lugar do grupo? O que prevalece? É possível ser civilizado num mundo regido por nada?

Nesse episódio podemos classificar os personagens da seguinte forma:

Juíz (Judge): Dale

Jurados (Jury): Todos

Executor (Executioner): Rick

Dale tenta a todo custo conversar com todos e os fazerem refletir sobre a decisão tomada, que era a de matar Randall para que esse não se voltasse contra o grupo posteriormente. Sua empreitada não dá muito certo, apesar de abalar um pouco a convicção das pessoas. No entanto seu momento de maior destaque é quando em uma conversa com Andrea (que aliás foi a única que ficou do seu lado, por incrível que pareça) sobre proteger um civil, ela questiona o termo civilidade e ele diz: O mundo que nós conhecemos se foi, mas manter nossa humanidade é escolha nossa. Essa frase diz muito sobre a briga interna do ser humano em momentos extremos. Viver a qualquer custo ou tentar fazer da sobrevivência algo que nos deixa mais confortáveis e mais próximos do que conhecíamos anteriormente?

Não conseguindo convencer ninguém individualmente, ele faz sua última tentativa na reunião dos “jurados”, antes da execução da pena de morte. E é nesse momento que Andrea é a única que fica ao seu lado. Todos se abstém.

Rick então vai cumprir seu papel de executor e eliminar a aparente ameaça. Na hora em que ele está com a arma apontada para a cabeça de Randall e vai puxar o gatilho, seu filho Carl aparece e pede que o faça. Nesse momento ele percebeu onde eles tinham chegado e que exemplo de mundo ele estava criando em seu filho. A decisão é única, ele desiste e Randall ganha mais uma chance.

No entanto nosso querido juiz está se afastando, revoltado com a decisão de todos de se abster e deixar o pobre garoto morrer, quando se depara com um boi todo rasgado e em seus últimos respiros de vida. Estranhando a cena ele resolve sair daquele lugar. Tarde demais, um zumbi o ataca de surpresa e ele acaba como o boi. Todo rasgado e prestes a morrer, ou melhor, virar zumbi. Todos ouvem seu grito e chegam, mas é tarde demais e nesse momento o executor terá que entrar em ação e acabar com o sofrimento do velho.

Final irônico, não?

Notinhas:

O zumbi que atacou Dale estava preso na lama e só conseguiu sair de lá porque Carl foi até lá com uma arma e o provocou. No entanto, na hora em que o zumbi conseguiu se aproximar, ele fugiu e deixou o errante ali, “vivo”;

Carl é um personagem que a partir de agora vai ganhar um destaque um pouco maior e isso é necessário mesmo, afinal o garoto está crescendo num mundo totalmente abalado e desregrado e se não bastasse isso ele ainda tem que lidar com o fato que deixará de ser o garotinho da família, pois ele terá um irmão (ou irmã);

Ah! Não podemos esquecer que Rick “afinou” como executor de Dale (seu grilo falante*) e quem terá que colocar fim no sofrimento do velhinho será Daryl;

Será que Daryl voltará a ativa novamente? Ele estava entrando num ritmo bom, até descobrir que Sophia estava zumbizando no celeiro;

Cada episódio que passa esse conflito psicológico me atrai mais.

 

*grilo falante foi sugerido pelo Felipe, meu leitor mais fiel e próximo.

2 Responses to The Walking Dead: Judge, Jury, Executioner

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