O Nevoeiro chegou ao Netflix. Vale a pena?

O seriado baseado no romance homônimo do mestre do terror, Stephen King: The Mist (O Nevoeiro), chegou ao catálogo do Netflix brasileiro, deixando os fãs, obviamente em faniquitos. Alguns detestam as adaptações das obras de seus ídolos para cinema ou televisão, outros ficam felizes, porém, cautelosos com a medida. Tem aqueles também que são fãs apenas dos filmes, nunca leram nada, logo isso não influencia muito. Seja como for, transformar um livro em filme não é novidade, já aconteceu milhares de vezes e continuará acontecendo outras milhares, mas, transformar um livro em um seriado é algo bem mais arriscado. Não faz muito tempo uma obra do mestre King foi transformada em série. Lembram de Under The Dome? Então, teve uma ótima primeira temporada, começou a despencar barranco abaixo e acabou soterrada na terceira temporada. Talvez esse não seja o caso de O Nevoeiro, que já começou dividindo opiniões e não tão bem assim na fita, tanto que sua renovação ainda não foi confirmada.

Para quem não leu o livro e nem viu o filme, a série conta a história de uma pequena cidade americana que se vê envolta numa espessa e obscura névoa. A base da trama é a névoa, entretanto alguns itens foram modificados da versão filme para a versão seriado. No filme a névoa esconde misteriosos seres não humanos e aqui a névoa trabalha mais com o psicológico das pessoas, fazendo-as ter alucinações, visões e a partir daí toda aquela intriga e lavação de roupa suja que toda cidade pequena envolvida em alguma enrascada grande, têm.

A premissa é boa, a qualidade fotográfica também, efeitos especiais são razoáveis, então qual o grande problema? Os atores, esse é o grande problema. Existem sim alguns furos evidentes demais na história, mas que podem ser preenchidos, alguns erros contornáveis, porém, a atuação do elenco é sofrível. Os protagonistas então, é de fazer chorar. Não sei o que aconteceu na hora da seleção de cast, mas se houver uma segunda temporada e isso não melhorar, será como uma pancada na cabeça dos telespectadores. Talvez a série não mereça uma segunda temporada, mas, nós fãs, merecemos. É preciso que nossos olhos vejam uma melhor interpretação da obra de Stephen King, isso não pode ficar assim.

Notinhas

*contém spoiler

  • A história do estupro da menina, logo no começo do seriado para dar aquele ar de tensão entre os moradores foi pouco explorada e poderia ter sido melhor trabalhada. A primeira temporada teve espaço suficiente para isso. Ao invés de enrolar em cenas de menor importância para “encher linguiça”, que fizessem algo mais dramático, mais tenso com o tema de escolha para iniciar a tensão pré neblina;
  • A escolha do estuprador foi boa, mas faltaram muitos elementos para se trabalhar. Nitidamente o rapaz possui uma personalidade escondida, bem diferente da apresentada por ele a todos, mas ficou solto, deixando ele parecer mais um adolescente problemático qualquer, apenas mais um desajustado do que um menino perturbado com tendências agressivas e capaz de coisas inimagináveis;
  • O pai/herói da história tem um grande potencial, porém, muitas vezes a impressão que foi passada era de um homem perdidamente apaixonado que fazia tudo pela mulher. Só isso. Quando na realidade ele é um homem justo, emocionalmente forte. Apaixonado sim, mas não apenas um coração bão. As demais características de sua personalidade ficaram enfraquecidas, não foram devidamente exploradas;
  • O último episódio deixa um espaço para uma segunda temporada, que poderá ou não acontecer, nada certo ainda. Gosto dessa ideia da névoa mexer com o psicológico das pessoas, uma sacada muito boa, porém, precisam consertar as falhas urgente. Afinal uma ideia boa mal executada não rende uma boa série, nunca.

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