Game of Thrones – Winterfell (s08e01)

Eis que depois de uma espera de quase dois anos, finalmente podemos matar as saudades de Game of Thrones, agora em sua última temporada. Uma temporada curta, de apenas seis episódios e centrada em muito menos localidades, o que muda bastante o formato do seriado. Então se prepare, porque esse ritmo de reencontros e papo furado já vai acabar.

*Contém Spoilers

A temporada começa da mesma forma que começou a própria série, com um cortejo real chegando a Winterfell. E dessa vez vieram acompanhados de um exército enorme e dois dragões, então o impacto é bem maior.

A recepção porém não é nada calorosa e é possível ver as faíscas no olhar de Sansa e de boa parte dos lordes do Norte. A ideia de trocar o Rei do Norte por uma Rainha Targaryen não é das mais palatáveis, ainda mais ao lembrarmos do histórico Targaryen/Stark – o pai de Daenerys, o Rei Louco, queimou vivos o pai e o irmão mais velho de Ned Stark.

Seja como for, o que está feito já está feito, e Jon dobrou os joelhos à Rainha Daenerys com seus motivos, por mais que Sansa já saiba que tem um lance rolando ali. Na reunião com os lordes do Norte, eles tem a oportunidade de expressar seu desagravo à decisão de Jon, que explica que é uma questão de sobrevivência. Se não conseguiu convencer totalmente o pessoal, pelo menos acalmou um pouco os ânimos.

Sansa, como boa Lady de Winterfell, já se ocupa de questões mais práticas, como de onde tirar comida para todo aquele exército, sem falar naqueles dragões. Aliás, o que eles comem mesmo? “O que eles quiserem” 😜. O pequeno Lord Umber disse que precisa de ajuda para buscar seu povo e família e recebe algumas carroças para tal tarefa 😢

Tyrion e Sansa se reencontram e reconhecem a capacidade de sobrevivência um do outro, com um lembrete de que não podemos mais subestimar Sansa (Littlefinger que o diga). Ela ainda vai salvar o dia desse pessoal mais algumas vezes até o fim da história.

Jon vai pensar na vida e Arya o encontra finalmente. Os dois peixes fora d’água quando crianças, que se apoiavam e tinham a relação mais amorosa entre todos os irmãos Stark, se abraçam como se tivessem voltado à uma época em que tudo era mais simples e suas vidas não tinham um rastro enorme de sangue e dor no caminho. Certamente eles trocaram mais figurinhas do que foi mostrado na tela, e Jon se mostra feliz por ela ainda ter Needle (mal sabe ele o quanto essa agulha já trabalhou), e também orgulhoso de mostrar que tem uma espada de aço valiriano pra chamar de sua, como se isso fosse o ápice. Jon ainda consegue tempo para demonstrar seu descontentamento com Sansa, a quem Arya se refere como a pessoa mais inteligente que já conheceu. Desculpa, Jon, mas não é aqui que você vai conseguir ajuda pra amansar a outra irmã.

Já em King’s Landing, Euron traz consigo um batalhão de mercenários e acha que isso será suficiente para amaciar o coração de Cersei, que faz jogo duro. Depois de uma semi ameaça de deixá-la sozinha na guerra, a rainha abre as pernas o coração. Após o enlace dos dois, Euron promete que vai colocar um príncipe naquela barriga.

Enquanto isso, Yara é salva por Theon Greyjoy e agradece como um bom ironborn – quase quebrando o nariz de seu irmão. Esse amor de ferro é uma coisa linda. Eles roubam alguns barquinhos e decidem aproveitar que Euron está largado no mundo para recuperar as Ilhas de Ferro. Yara até sugere que caso dê ruim lá no Norte, Daenerys pode precisar de um refúgio para ficar a salvo dos mortos-vivos. Theon, com uma proatividade como há tempos não víamos, quer mesmo é ir para Winterfell ajudar seus irmãos de criação, e recebe a benção de Yara.

Antes de voltarmos a Winterfell, temos Bronn se divertindo com 3 mulheres, até que chega o empatão do Qyburn com uma mensagem de Cersei. Obviamente Bronn precisa mandar as garotas passearem e recebe a missão de matar Tyrion e Jaime – e com a besta que Tyrion matou o próprio pai. Qyburn ainda o lembra que dos 3 irmãos, Cersei é a única que costuma pagar suas dívidas (o que não deixa de ser verdade). Bronn, como bom mercenário que é, aceita a proposta. Mas como todo mercenário, pode estar a disposição de mudar de ideia caso apareça alguma proposta melhor.

Já em Winterfell, Varys, Tyrion e Davos conversam e chegam a conclusão que o melhor para o reino seria um casamento entre Jon e Daenerys. Mas sabem bem que não é das tarefas mais fáceis convencê-los a fazer algo que não queiram. O que eles não sabem, mas acho que só eles não sabem, é que não precisam se esforçar, é só deixar que a natureza cuida. Jon e Daenerys saem para dar uma volta de dragão e dar uns amassos. O passeio beira o pastelão, com Jon meio pendurado em Rhaegal, mas no fim tudo dá certo e ele pega gosto pela coisa – tanto pelo passeio de dragão quanto por Dany.

Arya vai à casa do Ferreiro e se encontra com o Cão, que do seu jeitinho (“you cold bitch”) a congratula por ainda estar viva e sai com seu novo machado de dragonglass. Então é a vez do reencontro de Gendry com Arya, de onde ainda deve rolar alguma coisa. Ela faz o pedido por uma lança meio esquisita de matar white walker.

Dany e Jorah vão até Sam para agradecer por ele ter salvado a vida de Jorah e trazem de presente a torta de climão que é a notícia de que seu pai e irmão foram executados por ela ao se recusarem a reconhecê-la como rainha. Sam sai dali transtornado e se encontra com Bran – que deve ter ficado o episódio inteiro na entrada de Winterfell aguardando a chegada de seu velho amigo.

Bran diz a Sam que é chegada a hora de contarem a verdade para Jon e que ele é a pessoa mais indicada para isso. Sam não gosta muito da ideia e vai atrás de Jon Snow nas criptas de Winterfell. Lá ele conta quem é a mãe e, o mais importante, quem é o pai do ex-bastardo. Como era de se imaginar, Jon não recebe bem a notícia de que sua vida inteira foi uma mentira, mas parece que vai digerir bem seu passado distante. O que ele parece não saber bem como lidar é com o fato de ele ter se tornado o maior rival de sua amada e que ela é – a-ham – sua tia, o que é pior do que ser a tia do Batman.

Estamos chegando aos finalmentes do episódio, com Tormund e companhia tentando retornar a Winterfell antes dos White Walkers. Eles encontram com Edd, o atual Comandante da Patrulha da Noite. E também com o pequeno Lord Umber, pregado na parede com uma estaca no meio do peito e um arabesco de pernas e braços – uma coisa linda de se ver. E que só melhora quando, após ele acordar como zumbi, gritando, ganha de brinde uma espadada de fogo nas fuças, que se espalha e torna aquela visão ainda mais agradável. Tudo indica que os White Walkers estão chegando a Winterfell, e é melhor eles se apressarem.

Como ponto final do episódio, temos Jaime, debaixo de um capuz preto, meio envergonhado de estar novamente em Winterfell. Só para dar de cara com Bran, em sua cadeira de rodas, pronto para finalmente dar a calorosa recepção ao tão aguardado amigo.

Os próximos episódios devem ser muito mais ágeis, tem muita guerra para acontecer. I cannot wait!

Notinhas

  • Interessante escolha para a primeira sequência, ver a chegada daquele povo estranho do ponto de vista de um garotinho aleatório. Para quase todas aquelas pessoas do Norte, esse é o maior acontecimento de suas vidas. Poder sentir isso do olhar de uma pessoa comum é algo inusitado em Game of Thrones. E também o contraponto com Arya, que na última vez que algo parecido aconteceu em Winterfell era ela mesma apenas uma garotinha, enriquece mais essa experiência.
  • O primeiro diálogo de Tyrion nesta temporada é mais uma piadinha inconsequente de eunuco com Varys. Esses dois já trocaram tantos diálogos memoráveis, poderiam ter algo melhor para dar início às suas participações na oitava temporada. Mesmo no seu encontro com Sansa, quem roubou o diálogo foi ela, com o “eu costumava pensar que você era o homem mais esperto do mundo”.
  • Já disse antes e repito: se Lyanna Mormont tivesse nascido Daenerys Targaryen, ela estaria no trono de ferro no fim da segunda temporada. Aliás, faltou o encontro dela com o tio, Jorah, que foi expulso da família há muito tempo.
  • Depois das tramas para pegar Littlefinger, Arya e Sansa estão mais unidas do que qualquer parzinho que já passou por Westeros. Sansa com seu conhecimento “político”, que aprendeu muito bem com Cersei e Littlefinger, mais Arya com suas mil faces, são basicamente imbatíveis. O encontro de Arya com Daenerys será imperdível.
  • De onde surgiu essa obsessão por elefantes de Cersei?
  • Toda essa parte de King’s Landing foi meio sem sentido. Talvez a única explicação para a facilidade com que Cersei aceitou o lance com Euron seja ela já estar grávida de Jaime e precisar de um álibi para um Lannisterzinho que está a caminho. Euron é muito parecido com Robert Baratheon, iria Cersei repetir a história tão descaradamente assim?
  • Bronn – That f*cking family! 😂
  • Jon andou em Rhaegal, o dragão com nome em homenagem a seu pai, claro. E pra constar, o dragão que virou zumbi é Viserion, nomeado em homenagem ao irmão de Dany, aquele mané arrogante que morreu com uma coroa derretida na cabeça.
  • Que bom que já jogaram a real para Jon logo no começo da temporada, assim temos mais chances de acompanhar o conflito interno dele ao longo dos episódios. Quando ele contará para Daenerys que ela pode chamá-lo de sobrinho?
  • Clegane Bowl – ainda há esperanças? #euacredito
  • Outro reencontro que ficou faltando foi Jaime + Brienne. Será que esse vai rolar justamente quando Tormund aparecer? Quem diria que Brienne seria a protagonista de um triângulo amoroso, não é mesmo?
  • Onde está Ghost? Não me venham de novo com essa conversa de que “ain, o Ghost é muito caro, é todo de computação gráfica, bla bla bla”. Até a maldita cachoeira nesse episódio foi feita em CGI, podia ter sobrado um troco pra pelo menos sabermos que Ghost está bem. Quem sabe em alguma batalha? Nunca pedi nada, vai.

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