Game of Thrones – The Last of the Starks (s08e04)

Depois da grande Batalha de Winterfell, temos um episódio para respirar, colocar os ânimos no lugar e nos prepararmos para a próxima batalha. Só que isso aqui é Game of Thrones, e mesmo em um episódio de onde não se esperavam muitas reviravoltas, dois grandes acontecimentos mudaram bastante coisa no jogo.

Já estamos na reta final do seriado, agora só faltam dois episódios e o próximo deve ser do tipo carnificina. Então vamos relembrar o que aconteceu nessa semana enquanto aguardamos a próxima grande batalha.

*Contém Spoilers

Começamos com o adeus aos mortos de Winterfell. Várias despedidas emocionantes, principalmente para Daenerys e Sansa. A ligação que elas tinham com Jorah e Theon eram um pouco espelhadas, com idas e voltas nos relacionamentos mas com lealdade total no final das contas. Jon faz um discurso sobre como eles venceram as diferenças e lutaram juntos, de que os mortos deveriam ser lembrados para sempre por seus papeis nessa batalha que salvou o povo de Westeros e deveriam para sempre ser honrados. Na verdade foi mais um pedido para que o pessoal não disperse do que qualquer outra coisa. E dificilmente será efetivo.

Depois da cerimônia de cremação, é chegada a hora de beber os mortos e celebrar a vitória. Daenerys se sentindo cada vez mais e mais um peixe fora d’água dragão fora da fogueira, interrompe Gendry, que estava a procura de Arya, e o nomeia Gendry Baratheon, Lorde de Storm’s End, tentando assim criar um aliado para toda vida.

Gendry se enche de coragem e ao encontrar Arya, pede que ela seja sua Lady de Storm’s End. Pobre Gendry que não conhece sua amada. Apesar de tudo, ela lhe dá um último beijo antes de recusar a oferta, repetindo o que já tinha dito na primeira temporada, de que não nasceu para ser lady de nenhum castelo.

Tyrion, Jaime e Brienne se empolgam no jogo da verdade bêbada, sob os olhares de Pod, que conhece os três como poucos. Depois de algumas perguntas inocentes, Tyrion perde a mão e pergunta se Brienne é virgem. Ela pede pra mijar e sai do play, sendo seguida por Jaime. Tormund percebe o que está acontecendo e admite a derrota, partindo logo para outra(s).

Jaime vai aos aposentos de Brienne e a encontra de pijaminha, toda sexy (sqn). Claro que é demais para os dois, que não se aguentam e dormem juntos. Jaime parece honesto em sua admiração por Brienne, e é totalmente retribuído pela cavaleira.

Dany também vai a procura de Jon. Os dois se declaram, mas Jon refuga. É muita coisa rondando as cabeças dos dois neste momento. Ela lembra que nunca foi realmente bem vinda ao Norte, e que se a história de Jon Aegon Stark Targaryen vier a tona, não importa o que ele pense ou o que faça, será empurrado para o trono. Ele jura lealdade a sua rainha, que pede para ele não contar isso a ninguém. Mas é o Jon né e ele diz que pelo menos para Sansa e Arya ele precisa contar. Daenerys então se ajoelha e implora que ele não conte nada para Sansa, porque ela vai dar um jeito de colocá-lo no trono. Dany não está errada, e os dois sabem disso. Mas Jon não conseguiria segurar uma informação dessas de suas irmãs primas.

No dia seguinte, durante o planejamento dos próximos passos, Dany está com sangue nos olhos, quer invadir King’s Landing a qualquer custo. Sansa pede para que ela adie um pouco a ofensiva, já que seus exércitos ainda precisam se recuperar. Sansa está certa, mas Dany já não consegue mais ouvir o que a Lady de Winterfell tem a dizer. A decisão então fica entre cercar King’s Landing e fazer o povo passar fome até derrubarem Cersei por conta própria, ou tacar fogo no parquinho. Apesar de Daenerys querer mais a segunda opção, é convencida a ficar com a primeira, pelo menos por enquanto.

Mas a discussão gera repercussões, e as irmãs Stark chamam uma reunião de família com Jon e Bran, aos pés da Godswood. Arya ainda contradiz a irmã mais velha, ao dizer que Dany foi importante na luta contra os mortos, que sem ela a vitória não seria possível. Mas que ela não era confiável por não ser da família. É a deixa que Jon precisa para abrir o bico. Ele pede segredo absoluto às duas e Bran então conta toda a história de Rhaegar e Lyanna Stark.

Sansa, que devia estar com os dedos cruzados na sua promessa, conta tudo a Tyrion na primeira oportunidade, que também logo fala tudo pra Varys. Pronto, está na boca do povo. Os dois passam boa parte do episódio tentando entender como melhor utilizar aquela informação. Tyrion ainda acha que a melhor saída é Jon e Dany se casarem e governarem juntos, Varys acha que Daenerys não aceitaria e por isso vai precisar ser removida em algum momento. Por enquanto os dois concordam em discordar, mas isso ainda vai dar pano pra manga.

Em algum momento, Bronn aparece para avisar os irmãos cachinhos dourados que Cersei colocou as cabeças deles a prêmio. Como bom mercenário que é, ele lhes dá a chance de dobrarem a aposta e Tyrion é obrigado a oferecer Highgarden para suplantar a proposta de Cersei de entregar Riverrun a Bronn. Highgarden é provavelmente o mais rico dos sete reinos, mais até que Castle Rock, terra dos Lannisters. Era lá a casa dos Tyrrel. Bronn se dá por satisfeito, mas já deixa claro que se a promessa não for cumprida o bicho vai pegar.

Na manhã seguinte, o Cão e Arya se juntam para mais uma viagem juntos. Cada um tem seus problemas para resolver em King’s Landing: o Cão quer se encontrar com seu irmão, e Arya quer finalizar sua listinha negra com a Coroa de Cersei num espeto. Esses dois se entendem e agora, em pé de igualdade – ou Arya até mais forte do que ele -, essa viagem renderia muito material bom. É um dos poucos motivos para segurar mais a guerra que está por vir, mas não deve acontecer.

Jon vive mais um conflito interno ao se despedir de Tormund, Ghost, Sam e Gilly. Dividido entre ficar em Winterfell, ir com Tormund para além da muralha ou ir para o Sul, fica claro que dois terços dele ficarão descontentes. Pelo menos Ghost vai viver com Tormund, como um selvagem. E nem um carinho recebeu de seu dono, tsc tsc tsc.

Logo na sequência temos o primeiro grande choque do episódio. Quando estava prestes a chegar a Dragonstone, Rhaegal é atingido no peito por um arpão e em questão de segundos Daenerys perde um de seus dragões e toda sua frota. Tyrion, Varys e Greyworm se salvam, mas Missandei é capturada. Vem treta aí, claro.

As notícias chegam a Winterfell, e abalam o namorico de Jaime e Brienne. A ligação de Jaime com a irmã fala mais alto e nem as súplicas de Brienne o fazem mudar de ideia. O lugar dele é ao lado da irmã, seja para matá-la, seja para morrer ao seu lado. Brienne, mais um coração partido nesse episódio.

Dany continua querendo botar King’s Landing abaixo, agora com ainda mais força. Varys apela para seu discurso do ano passado, lembrando que iria olhá-la no olho e apontar um erro caso o visse, e que atacar King’s Landing agora, com toda a população dentro do castelo, seria fazer o que ela sempre lutou contra. Tyrion pede que eles tentem pelo menos conversar com Cersei antes do ataque, vai que ela resolve se render, não é mesmo? Opa, com certeza.

E lá vão eles com seu exército de meia dúzia, com um dragão bem afastado para não correr riscos, tentar convencer Cersei a se render. Ela está com o circo todo armado, Missandei acorrentada ao muro e arqueiros espalhados por todo lado. Qyburn, seu Dr. Frankenstein de estimação, desce para conversar com Tyrion. Só que isso acaba virando um grande aperto de mãos (HÁ!), já que os dois propõe a mesma coisa, que o outro se renda. Ao perceber que dali não sairia nada, Tyrion deixa Qyburn conversando com a mão (HÁ x2!), e caminha sozinho para falar direto com quem manda.

Ele implora, apela para a maternidade, mas Cersei continua impassível. Quando sua beleza se cansa, ela pede para Missandei dizer suas últimas palavras. Missandei grita DRACARYS!, e Cersei acena para a Montanha, que a decapita ali mesmo, para terror de Daenerys e Greyworm.

Dany dá as costas e sai dali mais louca da vida do que nunca e já é certo que na semana que vem o episódio vai pegar fogo!

Notinhas

  • Durante as despedidas dos mortos de Winterfell formaram-se parzinhos, com um vivo responsável pelo adeus a um personagem importante em cada pilha de corpos. Daenerys + Jorah e Sansa + Theon eram previsíveis, Sam + Edd, em menor grau, também. Mas foi interessante a escolha de Jon por Lyanna Mormont. Uma justa homenagem dos roteiristas a essa personagem que deveria ser pouco mais que uma figurante na história mas conquistou o público a ponto de ser considerada um dos destaques da série.
  • Achei que o número de mortos seria maior. Mesmo depois no episódio, fica claro que Daenerys+Jon ainda possuem um exército maior do que o de Cersei, além de – até então – dois dragões. A batalha deveria ser coisa simples, desde que contassem com um exército descansado e se planejassem direito.
  • O Cão estava ótimo o episódio inteiro. Sarcástico e direto como nos bons tempos, só queria saber de beber e comer até fazer bico, já que o trabalho que o espera agora é o que ele e tantos de nós queremos: Clegane Bowl. Montanha que se cuide.
  • Claro que ele ainda arranjou tempo para conversar com/sobre as garotas Stark. Tirou sarro de Gendry que está de quatro por Arya, deu um chega pra lá em Tormund. Mas também conversou francamente com Sansa, dizendo que se ela tivesse fugido com ele de King’s Landing, ela não teria passado por tantos apuros. Ao que ela, no melhor estilo Bran Stark, responde com algo no estilo “se eu não tivesse passado por tudo aquilo, ainda seria a Sonsa de antigamente”. E arranca um raro sorriso do Cão ao contar como tinha resolvido seu problema com Ramsay, deixando suas cadelas o comerem vivo.
  • Tormund me pareceu meio exagerado durante a festa. Ele é do tipo fanfarrão, mas estava meio tio do pavê espalha rodinha. Inclusive jogou verde pra colher maduro, pra desespero de Daenerys, ao dizer que Jon, voltando dos mortos e cavalgando um dragão like a boss, está mais pra rei do que qualquer outra coisa. Dany não aguentou continuar ali depois dessa.
  • Se não é mais sonsa, Sansa tem ficado cada vez mais parecida com Cersei antes da loucura. O tempo inteiro ela está procurando o melhor ângulo e como tirar proveito da situação.
  • Arya e Sansa não fazem mais nada sozinhas, as duas confiam cegamente uma na outra e sempre sabem o que a outra está fazendo, o que está querendo e o porquê. Será que tem algo mais nessa viagem de Arya para o Sul além de matar Cersei?
  • Tyrion também voltou aos bons tempos neste episódio, pelo menos no quesito diálogos interessantes, principalmente com Varys. Mas continua muito ingênuo, apenas uma sombra daquele Tyrion pré-morte de Tywin. Será que na verdade Tywin é que era a sua força, e agora sem ter papai para impressionar Tyrion perdeu o jeito? Só pode ser, porque desde então ele faz besteira em cima de besteira.
  • Varys ao saber da história de Jon: “Quantas pessoas sabem desse segredo?” Oito. “Puorra, então não é mais segredo, cacete!”.
  • Aliás, Varys é outro personagem interessante dessa história toda. No começo parecia que era só mais um agente do caos, sedento por poder como Mindinho. Mas aos poucos parece que a motivação dele sempre foi o que ele acha ser o melhor para o povo – até por essa ser a sua origem. Ele continua não medindo esforços para atingir seus objetivos, mas pelo menos eles parecem ser mais nobres.
  • Esse ataque de Euron foi muito juvenil por parte da trupe de Daenerys. Poxa, eles sabem que Cersei tem uma frota muito maior do que a deles, sabem que ela está a espreita. Como é que não tem um esquema de batedores, com os dragões indo na frente pra garantir que o caminho está livre? Não, vieram todos alegres e contentes, pela estrada afora e BUM!, adeus Rhaegal. Tomou 3 arpoadas, no peito, na asa e no pescoço, antes de qualquer tentiva de contra ataque tamanha a surpresa. Nem depois de entender o que estava acontecendo Dany pensa em no mínimo dar a volta nos barcos e atacá-los por trás. Ela vai de peito aberto, fervendo. Claro que teve que refugar e quase que perde seu último dragão. Como o ataque dela falhou, Euron mira nos navios e afunda toda a frota Targaryen. Apapu, o amadorismo impera.
  • Ao trazer seu presentinho para Cersei, Euron fica sabendo que a rainha está grávida, que o filho é seu e que a aliança está selada. Mas do lado de cá continuamos sem saber se Cersei está grávida de Jaime ou de Euron, se é que está grávida mesmo.
  • Mais uma bola fora do Tyrion. Em que planeta ele vive pra achar que Cersei iria se render? Se contra dois dragões a chance já era mínima, imagina agora que ela sabe que é capaz de matá-los. Ainda que a desculpa fosse esperar Jon chegar com o restante do exército, faria mais sentido. Ou usar a oportunidade para alguma tentativa de resgatar Missandei, mas pelo jeito isso nem passou pela cabeça deles.
  • E agora, quem segura Daenerys? Acho que nem Khal Drogo conseguiria.

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