Apesar da demora, aqui está a review do oitavo episódio desta temporada de Game of Thrones. Esse foi provavelmente o episódio mais fraco da temporada. É muito raro ver eles perderem a mão desse jeito, mas nesta semana isso aconteceu mais de uma vez.
Isso não quer dizer que não tivemos momentos bons, afinal, ainda estamos falando do GoT. A expectativa agora é grande para o próximo episódio, que realmente promete.
Vamos ver agora tudo o que aconteceu!
*Contém Spoilers
Tudo começou com mais uma apresentação da Tragédia de Joffrey e percebemos que a atriz principal aceitou os conselhos de Arya e alterou a sua fala após a morte de Joffrey. O impacto no público é muito grande, estão todos às lágrimas. Depois desta cena, Lady Crane vai até os camarins e enquanto se serve do seu licorzinho, ouve algo se mexendo no meio do figurino. É Arya que está lá e Lady Crane resolve levá-la para casa pra tratar dela. Elas conversam um pouco. Arya surpreende e diz que não quer viajar com o grupo teatral (imagine a dificuldade que ela teria para encenar essa peça), mas que quer conhecer o fim do mundo. Parece que tudo vai ficar bem por ali.
Corta para as florestas, onde Sandor Clegane está em busca de vingança. Depois de uma introdução aos personagens que estão em volta da fogueira, o Cão aparece já arrepiando todo mundo. Depois de arrancar algumas cabeças e não conseguir nenhuma informação a respeito dos três que ele mais quer encontrar, ele continua sua caçada. Mesmo assim, ele logo encontra Beric Dondarrion, que está prester a enforcar os três. Depois de um divertido diálogo sobre quantos e como o Cão poderia matá-los, fica decidido que decepar alguém está fora da negociação, mas que enforcamento está de boas. Sandor então executa seus dois prêmios e, enquanto o líder deles ainda estrebuchava, já garante pelo menos um par de botas. Depois das execuções, todos se juntam para jantar. Beric e Thoros convidam o Cão a se juntar a eles e apesar de não gostar muito da ideia, Sandor percebe que está meio sem ter o que fazer e aparentemente vai seguir com a Irmandade sem Bandeiras.
Em Mereen, Tyrion e Varys se separam novamente mas não sem antes verificar que o acordo com o pessoal do Deus da Luz vai muito bem, obrigado. O povo parece convencido de que Daenerys é realmente a última bolacha do pacote e que logo ela deve voltar. Tudo parece muito bem, o que normalmente é um mau sinal. Durante mais uma conversa esquisitíssima entre Tyrion, Grey Worm e Missandei (pelo menos dessa vez os dois pareceram mais soltinhos), a desgraça acontece. Os senhores escravocratas atacam a cidade com uma grande frota de navios. A cidade sob ataque pesado, Grey Worm e Missandei jogando na cara que o plano de Tyrion deu muito errado e Grey Worm decide tomar conta da situação. O plano é ficar dentro da grande pirâmide e se defender. Não é um ótimo plano, mas pelo menos é melhor do que ir pro ataque e provavelmente morrer. De repente eles ouvem barulhos, será que a invasão da pirâmide já começou? Não, é só Daenerys chegando no lombo de Drogon no momento exato para salvar todo mundo.
Já em King’s Landing, alguns membros da Fé Militante avisam que o High Sparrow quer ter um particular com Cersei. Obviamente ela se recusa e o jogo de ameaças começa. Você vai sim, não vou não, vamos ter que apelar pra força, cai dentro, etc etc etc. Finalmente, Cersei avisa que ela escolhe a violência e um magrelinho da Fé Militante resolve atacar sozinho a Montanha. Consegue fazer 4 furinhos na armadura do protetor de Cersei antes de ter sua cabeça arrancada pelas mãos do Montanha. O resto preferiu sair de fininho antes de ter que enfrentar aquela fera.
Depois de algum tempo, Cersei e sua trupe é chamada para um pronunciamento real. O fato dela não saber que haveria um pronunciamento já é um mau sinal. Chegando lá, seu tio Kevan diz que ela deve ficar lá no camarote ao invés de ao lado do filho. Ali ela já percebeu que deu ruim. Tommen então declara o Julgamento por Combate ilegal em todo o reino, e agora sua mãe deverá ser julgada nos moldes tradicionais. Ou seja, está ferrada. A não ser que Qyburn tenha a solução, o que só saberemos nos próximos episódios.
Em Riverrun, temos a esperada chegada de Brienne ao cerco. Como os Lannisters não são os Freys, Brienne e Pod são prontamente cercados e levados ao acampamento. Enquanto Bronn e Pod matam as saudades (ah!, bons tempos em que Bronn e Pod faziam companhia a Tyrion, não é mesmo?), Jaime recebe Brienne, que chega com uma proposta impossível de dar certo, mas mesmo assim Jaime aceita e deixa que ela entre no castelo para tentar convencer o Blackfish a abandonar o castelo e levar seu exército para o Norte. Brienne tenta devolver a espada mas Jaime recusa.
Brienne então segue para dentro do castelo, onde encontra um Blackfish muito relutante em aceitar a proposta de abandonar tudo e seguir para perto de Sansa. Ele precisa até mesmo ser convencido de que aquilo não é um jogo de Jaime e depois de muito esforço, Brienne entrega a carta de Sansa. Mesmo após ler a carta e se convencer de que Brienne falava a verdade, ele insiste em se manter em Riverrun, defendendo o castelo de sua família, para tristeza da cavaleira, que pede para Pod mandar um recado para Sansa avisando que ela tinha falhado.
Depois de perceber que Brienne não conseguiria o que pretendia, Jaime volta-se para Edmure. Depois de mostrar seu lado Tywin e de assumir seu romance com Cersei, Edmure se convence de que não tem escapatória. Ele é liberado a assumir seu castelo, o que Blackfish inutilmente tenta impedir. Só faltou dizer para os guardas que “É uma cilada, Bino!”. Mas os guardas abrem os portões para Edmure que em menos de 1 minuto manda todos abaixarem as armas e deixarem os Lannisters e Freys tomarem posse do castelo. Blackfish encontra Brienne fugindo pelos fundos do castelo e apesar dos insistentes chamados dela, ele prefere lutar sozinho contra um exército do que fugir novamente. E assim damos adeus ao Blackfish. E Jaime, sozinho celebrando sua vitória, se despede de Brienne que no barquinho devolve o aceno.
Chegamos a Braavos e o fim da história de Arya por aquelas bandas. Tudo começa com a loirinha belzebu terminando o serviço que Arya se recusou a fazer e matando Lady Crane. Arya acorda e percebendo o que estava acontecendo, pula pela varanda e sai correndo. A loirinha a persegue no melhor estilo Terminator 2. Arya sofre, cai, sua ferida abre. Ela parece estar nas últimas, se apoiando onde dava, mas continua fugindo. A loirinha diminui o ritmo, certa de que seu objetivo será cumprido. Ela finalmente encontra Arya, que parece encurralada. Arya então, com sua espada Needle nas mãos, corta a vela e só vemos a escuridão.
Na próxima cena já estamos na Casa do Preto e Branco, onde Jaqen H’ghar segue uma trilha de sangue até o salão das muitas faces. Lá ele encontra Arya, que tal um gatinho que leva um rato morto para o seu dono, espera ansiosa para mostrar sua última proeza: o rosto da lorinha já exposto no hall. Jaqen, aparentemente sensibilizado, declara que a garota finalmente se tornou Ninguém. Arya prontamente responde que “A garota é Arya Stark de Winterfell, e ela está indo para casa”. O sorriso de Jaqen no final do episódio deixa claro quem era a preferida dele.
Notinhas
- Muito conveniente a atriz ser também uma enfermeira de mão cheia. Até aí tudo bem, mas poxa, Arya foi esfaqueada várias vezes, não deveria ser algo simples de ser resolvido assim. Por outro lado, a explicação de como ela foi aprender a tratar desse tipo de ferida foi muito legal. “Sempre gostei de homens maus, e eles sempre gostaram de mim”, dando a entender que ela costumava esfaquear seus namorados e depois se sentia culpada e cuidava deles.
- Para onde será que a Irmandade vai agora com o Cão? Pela conversa que eles tiveram parece que eles vão para o Norte. Se for esse o caso, ficaremos sem o confronto final entre os irmãos Clegane?
- Estranha essa história de Varys ir embora de Mereen em busca de alguma coisa. O que será que ele está aprontando? Acho que só saberemos na season finale, ou até mesmo na próxima temporada.
- Provavelmente a vontade de Tyrion de ter uma vinícola é só um sonho distante, algo para se fazer quando estiver aposentado, velhinho. Mas é interessante ver onde ele imagina encontrar a felicidade. Aposto que se esse diálogo acontecesse 3 temporadas atrás, ele gostaria é de ter um bordel.
- Precisava mesmo fazer Daenerys chegar na hora exata em que o ataque começou? E ainda por cima terminar a sequência ali? Poderiam pelo menos mostrar o exército Dothraki, ou Drogon já apavorando alguns navios. Ou pelo menos um dia de cerco antes dela chegar, não é? Ficou estranho, muito com cara de providência divina.
- Depois que o Montanha arranca a cabeça daquele cara, só faltou o pessoal da Fé Militante sentar no chão e começar a gritar “Sem violência! Sem violência!”
- Como tudo o que cerca Cersei, ela parece fazer uma aposta certa pra um pouco depois ver que saiu tudo errado – e normalmente nem percebe que ela mesma foi a causadora daquilo. O que será que o pessoal da Fé Militante foi contar pro High Sparrow depois de voltarem sem a Cersei? Que tal “ela tem um monstro de estimação que vai nos destruir caso role mesmo um Julgamento por Combate”. Hmm, então vamos convencer Tommen tornar o Julgamento por Combate ilegal. Pronto, caso encerrado. Por outro lado, Cersei sempre encontra alguém para salvá-la quando tudo parece perdido. O que será que Qyburn descobriu que pode ajudá-la? Não tenho certeza, mas acho que situação ali vai pegar fogo.
- O ponto alto do episódio foi voltarmos a ver a relação entre Jaime e Brienne. Eles são inimigos, mas que se respeitam muito. Jaime sabe que Brienne é a única pessoa que realmente o respeita, Brienne sabe também que Jaime a respeita muito. Um dia eles ainda vão se enfrentar e será um dia muito triste para os dois.
- A troca de elogios entre Jaime e Edmure também foi muito bem executada. As voltas que Jaime fez, se mostrando ora simpático a Edmure, ora pragmático e explícito ao dizer que não pensaria duas vezes antes de jogar um recém nascido de catapulta nos muros do castelo foi muito interessante.
- E a morte de Blackfish? Por que tentar derrotar sozinho um exército se você pode sobreviver para lutar um outro dia, ainda por cima ajudando sua sobrinha? E por que diabos não pudemos pelo menos ver ele tentando isso? Por que não usar isso pelo menos como um sacrifício para ganhar tempo para que Brienne e Pod pudessem escapar mais tranquilamente?
- Toda a sequência da perseguição a Arya pareceu ter sido tirada de um filme de ação meia boca dos anos 80. O que salvou a sequência foi Arya, propositadamente, deixar um rastro de sangue nas paredes por onde ela passava, levando a loirinha diretamente para onde ela queria, perto da Needle.
- Ficamos duas temporadas esperando por esse duelo final entre Arya e sua algoz. Dois episódios em que inteiros em que isso quase aconteceu. E então, quando as duas se encontram num local em que certamente só uma sairá viva, nada mais vemos. Isso é muito anti climax.
- Parece que a loirinha não precisou passar pelo treinamento Daredevil, não é mesmo?
- Depois de duas temporadas rodando por Westeros e mais duas em Braavos, Arya quer voltar para casa. Tomara que ela chegue a tempo de ver a família inteira viva. Algo me diz que no fim do próximo episódio isso pode não ser mais possível.
- Mais um episódio sem Ramsay Bolton. Mas parece que essa seca vai acabar com A Batalha dos Bastardos.