Game of Thrones – Beyond The Wall (s07e06)

Game of Thrones é conhecido e reconhecido como sendo uma série fantástica, com vários episódios muito acima da média dos outros seriados hoje na TV. Geralmente ficamos divididos entre qual foi o melhor episódio, qual foi o mais emocionante, qual o que mais partiu nossos corações. Mas Beyond the Wall conseguiu o seu lugar no topo de pelo menos um dos rankings de Game of Thrones: o de episódio mais controverso. Ah, foi também o mais longo, mas esse título já será perdido semana que vem, com a season finale de 75 (!) minutos.

Antes de chegarmos à review quero deixar claro que minha primeira impressão foi de um episódio muito bom. Porém, quanto mais tempo passei digerindo o que vi, mais encontrei coisas me incomodando. Nada disso tira as emoções sentidas ao longo do episódio e talvez essa seja a maior façanha dele: mesmo com tantos problemas, ele ainda mexeu muito com todo mundo. E mesmo com esses problemas, a última meia hora de episódio foi espetacular.

*Contém Spoilers

Começando por Winterfell, Arya e Sansa compartilham histórias da infância. Arya conta sobre uma vez em que ficou treinando arco e flecha sozinha, o que era proibido para uma menina. Após acertar o alvo em cheio depois de horas treinando, percebe que seu pai a estava observando desde o início. Na leitura dela, isso significa que para Ned é possível sim quebrar algumas regras, desde que elas estejam erradas. Na verdade parece só o caso de que ela era a filha preferida de Ned, que via muito de Lyanna Stark em Arya e por isso deixava passar essas pequenas transgressões. Mas esse é só um dos casos de leituras provavelmente erradas dela no episódio.

Arya então confronta Sansa sobre a cartinha que “descobriu” no quarto de Littlefinger – fato esse que ela convenientemente não menciona. Até quando os irmãos Stark vão ficar escondendo uns dos outros esses detalhes importantes? Até Bran, que já poderia ter esclarecido um monte de coisas a que teve acesso em suas visões, nem aparece no episódio.

Bom, as duas irmãs entram numa discussão feia sobre quem sofreu mais nesse tempo todo – o páreo é duro, mas acho que Sansa leva essa -, e como Sansa só enviou aquela carta por ter sido coagida a fazê-lo, pois acreditou que essa era a única forma de salvar seu pai. Arya não engole, diz que a desculpa de que Sansa era só uma criança na época não cola, que Lyanna Mormont, por exemplo, é mais nova do que Sansa era e nunca chamaria seu próprio pai de traidor se não acreditasse nisso. Mas é justamente por ter tomado esse tipo de decisão é que Sansa sobreviveu até aqui. Arya ameaça tornar a carta pública para os lordes no Norte, o que seria muita estupidez, pois enfraqueceria não só Sansa como também Jon, já que geraria o caos nas alianças todas do Norte – e quem se beneficia mesmo no caos?

Sansa vai correndo para Littlefinger pedir conselhos. Ela chega a conclusão que se Arya desconfiar que ela pretende trair Jon, a carta será exposta. Littlefinger coloca mais uma ideia na cabeça de sua amada, ao dizer que Brienne (que também não vai muito com os córneos dele), está ali para defender as duas irmãs, e se for necessário poderá interceder para que isso seja mantido. Seja como for, o plano de Littlefinger está funcionando muito bem – até demais.

Uma mensagem chega a Winterfell – e não é de Jon. Sansa foi convidada para o Encontro de Líderes de Westeros, mas se recusa a voltar a King’s Landing enquanto Cersei estiver por lá e resolve mandar Brienne como sua representante. Brienne tenta argumentar, mas Sansa, impassível, diz que já é grandinha e sabe se virar sozinha. Isso não está cheirando bem, mas pelo menos vamos ver Brienne com Jaime logo.

Sansa então resolve fazer mais uma idiotice: invade o quarto de Arya e procura a carta. Não consegue encontrar, mas por outro lado encontra a mochila de rostos de sua irmã, incluindo aí o rosto de Walder Frey. Arya manda um discurso horripilante, sugerindo que talvez fosse uma boa matar Sansa ali mesmo e tomar o lugar dela como Lady de Winterfell e termina a conversa com a adaga em mãos, mas no último momento gira a arma e a entrega para Sansa. Creepy!

E vamos agora com a saga da nossa trupe além da Muralha e sua missão tresloucada de capturar um zumbi para levar de presente para Cersei. Como já era de se esperar, muitos diálogos interessantes e bromance rolando solto entre belas paisagens durante todo o caminho. Tivemos isso tudo em doses cavalares. Gendry, por exemplo, pergunta a Tormund como eles conseguem suportar aquele frio do caraças. Tormund responde na lata: “Tem que continuar andando, esse é o segredo. Andar é bom. Lutar é melhor. E trepar é ainda melhor.” Gendry olha em volta, meio que procurando uma parede para se encostar e garantir que não é o seu que vai ficar na reta do selvagem.

Depois de Gendry fugir da conversa meio assustado, Jon e Tormund engatam o assunto de se ajoelhar para a rainha e de como isso para Jon é difícil depois de ter passado uma temporada com os selvagens. Mas Tormund sabe que se a situação fica apertada, tem mais é que dobrar o joelho mesmo – foi o que ele fez, aceitando ir para o Norte e ser um vassalo dos Starks ao invés de ficar com seu povo além da Muralha e servir de alvo de treinamento para os White Walkers.

Gendry, que parece ser a principal escada para as tiradas sarcásticas do episódio, vai até o pessoal da Irmandade Sem Bandeiras, tirar satisfações por eles o terem entregado a Melissandre, que tirou seu sangue e pretendia matá-lo não fosse a intervenção de Davos. O Cão, com sua delicadeza que já é peculiar, diz que ele sobreviveu então é melhor parar de chorar. E descreve a cena de uma forma que deixa todo mundo com vontade de ser “torturado” como Gendry foi.

Jon então ameaça devolver a espada que recebeu de Jeor Mormont para Jorah, que obviamente recusa já que ele traiu seu pai e sua família e não é merecedor daquela espada (e diz que um dia ela será dos filhos de Jon Snow). Serve para nos lembrar que Jon precisa ter filhos em algum momento, mas também para deixar claro o quão arrependido Jorah está de ter traído sua casa. O Cão e Tormund tem uma conversa hilária sobre Brienne, Jorah e Thoros falam sobre o cerco a Pyke e o quão heroico foi Thoros naquela batalha – mas na verdade ele estava só mais bêbado que um gambá. Beric e Jon também conversam sobre serem os escolhidos pelo Senhor da Luz para ressuscitarem e que isso deveria ter um significado importante e que o único inimigo que importa é a morte, mesmo que ela sempre vença no final – até mensagem de auto ajuda tivemos, gente!

Enfim, tivemos esse monte de conversa, que por um lado foi bem divertido, e por outro praticamente inútil para o desenrolar da história. Será que não daria para cortar um pouco desse conversê todo para termos mais explicações sobre outras coisas dos episódios anteriores como por exemplo o reencontro entre Tyrion e Bronn?

Finalmente a primeira batalha acontece. Durante uma nevasca, eles avistam ao longe o que parece um urso normal. Figurante número 1, que sabe-se lá porque estava afastado do grupo, é prontamente devorado pelo urso gigante e semi decomposto. Todos em formação, Beric e Thoros com suas espadas flamejantes. Quando o urso ataca, conseguem de alguma forma atear fogo ao monstro. Mas ele não se abala e segue atacando, matando figurantes número 2, 3 e 4, até que chega perto do Cão. Paralisado de medo do fogo, ele precisa ser salvo por Thoros, que se embrenha com o urso, levando uma mordida no peito. Jorah finalmente consegue matar o urso com uma facada na cabeça, mas Thoros está muito ferido. Beric precisa cauterizar a ferida e Thoros, apesar de cambaleante, consegue seguir a jornada.

Depois de mais algum tempo, eles ouvem algo, que parece ser um destacamento avançado do exército dos mortos, vasculhando o front. Jon e seu grupo armam uma arapuca e conseguem cercar os zumbis, junto com um dos White Walkers. A briga é feia, alguns ganhando, outros perdendo, mas Jon, com a (aparentemente) única arma de aço valiriano nas redondezas, consegue facilmente derrotar o White Walker e imediatamente quase todos os zumbis viram pó. Quase todos porque um deles se mantém de pé. É a chance que eles precisavam, finalmente conseguem capturar um zumbi e parece que conseguirão ir embora sem maiores problemas, certo? Errado, claro, isso é Game of Thrones, e o zumbi solta alguns gritos, chamando a atenção de todo o exército. O desespero bate e Jon manda Gendry correr e enviar um corvo para Daenery pedindo socorro. O Cão fica com o martelo, já que é um peso desnecessário na corrida.

A trupe toda corre para outro lado e logo se deparam com um lago congelado, que começa a trincar assim que eles pisam no gelo. Jon manda todo mundo correr como se não houvesse amanhã – até porque se não correrem não haverá mesmo. Eles conseguem alcançar uma ilha que na verdade é apenas uma rocha no meio do lago. O exército começa a se movimentar para cercar o lago inteiro, mas quem vinha na perseguição quebra o gelo e começa a afundar – não sem antes pegar figurante número 5. Todos param por ali mesmo, com medo de se afogar (?). Jon e sua trupe estão cercados, sem ter o que fazer a não ser esperar a morte chegar. Algum tempo se passa, provavelmente alguns dias, e Thoros não resiste aos ferimentos e perece. O Cão toma uma em sua homenagem e Jon os lembra que é preciso atear fogo aos mortos para que eles não virem zumbis também. O Cão, já entediado e emputecido pela morte de Thoros e por ter sido mordido pelo zumbi capturado, resolve jogar pedras nos zumbis. No início parece divertido, uma pedra arrancando o maxilar de um zumbi, mas a graça acaba logo que uma pedra não alcança seu destino e cai no lago, que recongelou. O primeiro zumbi resolve arriscar e como o gelo não cede, percebemos todos que FUUUUUUUUUUUU!!!!!

Enquanto isso, em Dragonstone, Tyrion e Daenerys seguem se estranhando. Depois de escancarar para Daenerys que ela e Jon tem trocado olhares comprometedores, e de falarem da estupidez do heroismo, começam a planejar a reunião com Cersei em King’s Landing. Eles sabem que Cersei tentará alguma coisa e precisam se precaver – farão isso levando dois exércitos e três dragões (ou quase isso). Se Cersei tentar alguma coisa, eles destroi a porra toda. Daenerys quer saber o que eles irão tentar e Tyrion tenta convencê-la a não armar nenhuma arapuca para os Lannisters e tentar jogar limpo, já que tentar alguma coisa os tornará em uma nova versão dos Boltons/Freys e para ela segurar a onda, pois já basta ter tocado fogo nos Tarly. Daenerys não curte muito essa história e Tyrion resolve emendar a conversa da sucessão de Daenerys, o que a deixa ainda mais emputecida, dizendo que o anão tem pensado demais na morte dela. Boa sorte tentando fazer Dany ouví-lo novamente, Tyrion.

E a próxima vez chega logo, com o corvo SOS de Jon. Tyrion não quer que Dany vá pra lá se arriscar, mas ela já cansou de ouvir Tyrion no que diz respeito a não correr riscos, pega seus dragões e vai sozinha para além da Muralha.

Jon e companhia seguem tentando sobreviver, matando zumbis a torto e a direito. Figurantes números 6 e 7 sucumbem, Tormund é capturado por um grupo de zumbis e salvo pelo Cão. Quando tudo parece perdido, Daenerys e seus três dragões chegam para salvar o dia. Toda a sequência é impressionante, ainda mais do que o último ataque que tinha apenas Drogon. O fogo vaporizando gelo e zumbis ao mesmo tempo, destruição em massa acontecendo em três lugares simultaneamente, é tudo muito forte visualmente, muito impactante.

Daenerys leva Drogon até o rochedo e começa a ajudar o pessoal a subir no lombo do dragão. Enquanto isso, tanto Rhaegal quanto Viserion continuam a tocar o terror nos mortos. O Rei da Noite, vendo uma oportunidade ali, pega uma lança de gelo e a arremessa em direção a Viserion como um medalhista olímpico – ou eles não tem lançamento de dardos de gelo nas Olimpíadas de Inverno? A lança acerta em cheio o dragão, abrindo uma chaga enorme que entra em combustão instantânea. O dragão começa a cair e ninguém mais respira em lugar nenhum. Ele atinge o solo, dá o último suspiro e começa a submergir no lago. É o auge do episódio até aqui.

Daenerys assiste a tudo incrédula, e antes de se perder em pensamentos com relação a seu filhote perdido, apressa todo mundo. Ela quer sair logo dali antes que perca mais um dragão. Jon ao invés de subir logo em Drogon resolve matar mais alguns zumbis. No começo parecia que ele só queria limpar a área de decolagem, mas ele vai se afastando cada vez mais. O que ele estava pensando? Queria dar uma de Jaime (só que vinte vezes mais suicida) e tentar acabar com a guerra ali mesmo, sozinho contra milhares de zumbis e uma dezena de White Walkers? Não tinha mesmo nenhuma chance disso dar certo e ele acaba sendo puxado para o fundo do lago. Daenerys sabe que não pode esperar mais e decola, bem a tempo de desviar de mais um dardo arremessado pelo Rei da Noite.

Depois de algum tempo, Jon volta a tona e alcança sua espada. Ele consegue sair da água mas é novamente perseguido pelos zumbis. Novamente quando tudo parece perdido, ele é socorrido por alguém a cavalo com um incensário flamejante. É o tio Ben(jen), que cede seu cavalo e se sacrifica para que Jon possa sobreviver.

Daenerys vai para Eastwatch, onde fica olhando para o horizonte esperando ver Jon, até que seus desejos se realizam. Ele é socorrido e levado para se aquecer mas misteriosamente fica deitado semi nu na cama. Dessa forma Dany, que fica de plantão ao lado da cama do enfermo, pode dar uma boa olhada nas cicatrizes e no abdome de Jon. Ele, ao acordar, se solidariza pela morte de Viserion. Dany, em troca, garante que precisava ver para crer e que agora crê e vai lutar com todas as forças contra o Rei da Noite. Jon, em troca, dobra o joelho (metaforicamente), e diz que depois se vira com os lordes do Norte. Depois dessas trocas todas já sabemos o que irá acontecer, certo?

E para fechar o episódio com chave de gelo, temos os zumbis puxando uma corrente enorme do fundo do lago. Já nos primeiros segundos sabemos perfeitamente que isso vai acabar em olho azul, mas isso não torna nada menos impactante. É daquelas sequências que levam alguns minutos para se desenrolar e ficamos torcendo para que leve ainda mais tempo. Eles retiram o dragão da água, o Rei da Noite se aproxima, toca na face do dragão e…

Notinhas

  • Normalmente eu organizo a review na mesma ordem em que as coisas foram acontecendo nos episódios, mas dessa vez resolvi fazer diferente. Com tantas idas e vindas entre Winterfell e o Além da Muralha, acho que ficou mais fácil de acompanhar uma locação de cada vez. Digam o que acharam nos comentários, se agradou podemos adotar esse estilo daqui pra frente 🙂
  • Arya não teria sobrevivido ao que Sansa passou, mas Sansa também não sobreviveria ao que Arya passou. Na verdade o que passou é a hora dessas duas conversarem direito sobre tudo isso e compartilharem um pouco da dor para que possam se entender melhor. Mas esse tipo de conversa está em falta na família ultimamente.
  • Tudo bem Sansa não ir para King’s Landing e querer mandar um representante em seu lugar – não iria pegar bem mesmo o vice líder do Norte também se ausentar. Mas precisava ser Brienne? Não poderia mandar Arya? Melhor não, a menina está meio doidinha, ia acabar matando todo mundo por lá. Que tal Littlefinger? É, também não é uma boa ideia. Mas Brienne era a sua guarda costas por ali, será que ela fez isso justamente para desmanchar as pretensões de Littlefinger? Afinal de contas, pelo menos por princípio, Arya deve acabar servindo a esse propósito de guarda costas. A não ser que Sansa dê ainda mais motivos para que desconfie das suas intenções… ops!

  • Teria sido aquela conversa de Arya com Sansa apenas um teste dela? Ter entregado a adaga de dragonglass para Sansa pode ter sido algo como “okay maninha, confio em você, fique com essa arma” – ou pode ter sido só uma tentação para que Sansa tente algo e ela possa ter motivos para matar a própria irmã? Tomara que seja a primeira opção, que elas conversem e se entendam. Existem muitas outras coisas em jogo mais importantes em jogo, e isso é o que Arya não percebeu ainda. Mas Sansa, ou alguém, precisa fazê-la entender logo.
  • Também pode ser que Arya esteja certa e o plano de Sansa é mesmo trair Jon em algum momento. Não acho muito provável, mas só o fato de estarmos conjecturando sobre qual o real propósito de Sansa já é uma evolução fenomenal da personagem bobinha que só queria se casar com um príncipe encantado.
  • Tormund e o Cão tem uma dinâmica muito interessante na tela. Os dois são muito parecidos, meio broncos, mas tudo o que o Cão tem de mau humorado, Tormund tem de carpe diem. Se tivesse um único diálogo para manter dessa sequência toda pré batalhas, seria o deles falando sobre Brienne.
  • Durante a briga que resultou na captura do zumbi, descobrimos que ao matar um White Walker, todos os zumbis que voltaram a vida por conta dele também morrem, da mesma forma que acontece com os vampiros. Ou isso já tinha sido mostrado antes, em Hardhome ou na sequência que culminou com a morte de Hodor? Tinha certeza que isso já tinha visto isso, mas parece que agora foi mesmo a primeira vez.
  • Tyrion e Daenerys estão cada vez mais distantes e isso é compreensível. O que é estranho é o que aconteceu com o Tyrion que conhecemos ao longo de todas essas temporadas, aquele que conseguia se safar das situações mais complicadas, que liderou e venceu a Batalha de Blackwater, que mesmo a contragosto de seu pai, sua irmã e seu sobrinho, foi um Mão do Rei bastante competente que só dançou porque o sádico de seu sobrinho precisava morrer e alguém tinha que ser o bode expiatório. Agora nada do que ele planeja dá certo, vai se encontrar com o inimigo escondido de sua Rainha e ainda me vem com essa ideia mirabolante de caçar um zumbi e trazer para King’s Landing. Não bastasse isso, no auge do estremecimento de sua relação com Daenerys, ele acha que seria uma boa ideia relembrá-la de sua mortalidade e fala abertamente sobre sucessão no meio de uma guerra. É bom o anão voltar à velha forma e logo, senão ele não vai acabar a série vivo.
  • Muitas das críticas que esse episódio vem recebendo tem como foco o corvo expresso que chegou a Dragonstone em velocidade recorde. Esses lapsos temporais de Game of Thrones nunca me incomodaram e agora não foi diferente. O seriado por várias temporadas precisou mostrar cenas que aconteciam em linhas do tempo separadas, em ritmos diferentes. E mesmo não sendo o que aconteceu desta vez, me parece plausível Gendry correr por um dia, um corvo levar um ou dois dias para viajar da Muralha para Dragonstone, e Daenerys, em cima do lombo de um dragão, levar mais um dia de lá pra cá. Seriam no total 3 ou 4 dias que Jon e companhia ficaram na pedra. Tudo ok. E comida eles tinham, já que estavam com todos seus equipamentos quando foram surpreendidos pelos mortos. O episódio teve muitas falhas, essa não foi uma delas para mim. Se o problema é a passagem do tempo, Jon ter sobrevivido a ficar submerso por tempo suficiente para que o exército dos selvagens se dispersasse me parece um erro muito mais grave.

  • Onde está Ghost? Como que Jon vai numa expedição dessas e não leva seu fiel lobo junto? Ele seria muito útil aqui, como também seria na Batalha dos Bastardos. Será que algum dia veremos Ghost de novo? Começo a ter dúvidas.
  • O pessoal reclamou bastante também de o Rei da Noite ter preferido acertar Viserion, um alvo em movimento e mais distante, do que Drogon, que estava pousado sobre a rocha logo ali. Acho que existem algumas explicações que fazem sentido para isso, mesmo sem saber exatamente qual foi o motivo para o Rei da Noite ter preferido Viserion. Drogon poderia ter visão do Rei da Noite e tentar se defender (como fez com Jaime), pode ser que ele preferiu atacar Viserion porque era ele que estava “matando” todos os mortos, pode ser que uma lança só não seja suficiente para matar um dragão e ele precise despencar de uma altura considerável para realmente morrer, pode ser que Drogon, por ser muito mais forte do que os outros dragões, tivesse mais chance de resistir ao ferimento da lança, pode ser até que ele tenha percebido que Viserion seria mais fácil de controlar do que Drogon depois de ressuscitado. Enfim, apesar de não parecer à primeira vista, é possível criar teorias que expliquem logicamente essa escolha do Rei da Noite.
  • Apesar de no final ter sido uma decisão sábia, porque não destacar um dos dragões para atacar os chefões da quadrilha dos White Walkers? Seria também uma forma menos controversa do Rei da Noite matar um dragão e seria ainda alinhado com o paralelo que se faz entre as personalidades dos dragões e as dos personagens de quem eles receberam seus nomes. Viserys, o irmão de Dany morto na primeira temporada, sempre foi mais impetuoso, ambicioso e inconsequente, faria sentido Viserion acabar morrendo de forma parecida, por conta de suas qualidades herdadas de Viserys.
  • Pelo menos um problema se resolveu com a morte de um dragão – não precisamos mais de um terceiro Targaryen para comandar Viserion. Drogon é a montaria de Daenerys e Rhaegal, nomeado como homenagem a Rhaegar, pai de Jon, é a montaria óbvia de Jon Snow.
  • Outro ponto que incomodou muitos fãs foi tio Benjen não ir a cavalo para a Muralha junto com Jon, dizem que foi um sacrifício desnecessário. Faz algum sentido, como faz também sentido ele ficar para trás para atrasar um pouco os zumbis e permitir que Jon alcance a Muralha mais rapidamente, já que o cavalo conseguiria ser mais veloz carregando uma pessoa só. Mais um ponto que não me incomodou.
  • Por que Jon não volta para Winterfell para se recuperar da batalha? Pra que embarcar com Daenerys pra Dragonstone – exceto como uma oportunidade para a formação do casalzinho? Poderia pelo menos dar uma passada em casa, ver como estão as coisas por lá, acalmar os lordes do Norte, ver Arya e Bran e tudo mais? E se o motivo é ele ir para o Encontro de Líderes de Westeros lá em King’s Landing, por que Sansa mandou Brienne então, já que Jon ainda é o Rei do Norte e vai em pessoa? Aliás, por que não mandar pelo menos um corvo para Winterfell, contando tudo o que está acontecendo e o que está planejando? Você comanda o Reino do Norte inteiro mas prefere resolver tudo sozinho? Você não sabe de nada mesmo, Jon Snow.
  • E o Cão está indo para King’s Landing entregar o presentinho de Cersei. Será que finalmente teremos o Cleganebowl, o duelo final entre os irmãos Clegane?

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