Game of Thrones – A Knight of the Seven Kingdoms (s08e02)

Iniciamos neste episódio a contagem regressiva para o fim de Game of Thrones. Contando este, faltavam apenas cinco episódios para o final dessa série que tanto gostamos. Nesta semana pudemos nos aproximar mais de vários personagens e bem sabemos que iremos nos despedir de alguns deles já na semana que vem.

Pela minha lembrança, esta é a primeira vez em todas as oito temporadas que temos um episódio inteiro acontecendo em um só local. Tudo como preparativo para a grande batalha dos mortos vivos, a tão esperada Batalha de Winterfell. Mas isso fica para a próxima semana, o que temos para hoje é mais um episódio lento, de encontros, reencontros e prováveis despedidas.

*Contém Spoilers

Tudo começa com o julgamento de Jaime Lannister. Daenerys quer vê-lo como comida de Drogon. Sansa quer ver sua cabeça rolar. E Jon está com a cabeça em outro lugar, ainda matutando sobre a revelação de Sam e Bran. Jaime não nega seu passado, assume tudo o que fez e diz que faria tudo de novo, no que toma uma invertida de Bran (o que não fazemos por amor, não é mesmo?). E aí entra Brienne of Tarth, a grande protagonista do episódio, fazendo uma defesa apaixonada do seu companheiro de outras jornadas. Ela conta a todos o quão honrado ele foi enquanto prisioneiro dela, mantendo sua promessa à matrona Stark e a defendendo o quanto pôde e que foi por isso que perdeu a mão. Sansa compra o discurso de Brienne. Dany, ainda em dúvida, pergunta a Jon o que ele acha. Jon, na melhor personificação de “não sei, fale com a sua mãe”, diz que não pode recusar nenhum homem – nem que ele tenha apenas uma mão. Dany se dá por vencida, e concede o perdão a Jaime.

Durante o julgamento, Jaime ainda disse que Cersei em nenhum momento cogitou ajudar na batalha contra os mortos e que agora possui um exército de 20 mil mercenários, além de não sei quantas embarcações de Euron Greyjoy, e que está só esperando o fim desta primeira batalha para esmagar o que sobrar de Dany e seus aliados. Tyrion sente sua batata assando e, após o julgamento, chega a conceder a derrota, contando a Jorah e Varys que logo logo um deles será a Mão da Rainha.

Mas como de onde menos se espera é que de vez em quando sai alguma coisa, Jorah intervém pelo pequeno Lannister e convence Dany a continuar confiando nele, dizendo que Tyrion aprende com seus erros e ainda será muito útil à causa deles e Dany aceita o conselho.

Ela vai então tentar resolver suas questões com Sansa. Elas tem uma ótima conversa, Sansa lhe conta o que está na cara, que Jon está apaixonado por Daenerys. E Daenerys se abre, assumindo também estar completamente apaixonada pelo ex-bastardo. Sansa demonstra seu medo, já que um homem apaixonado é muito suscetível a ser manipulado (oi, LittleFinger!). Dany então conta que se tem alguém aqui sendo manipulado é ela mesma, já que seu objetivo sempre foi recuperar o Trono de Ferro mas que estava ali lutando a luta de Jon. Sansa, que não dá mais ponto sem nó, a lembra que a questão do Norte independente ainda deverá ser revisitada quando a guerra acabar. Dany obviamente não gosta nada disso, mas a conversa das duas é interrompida e fica para uma outra hora.

Agora é a vez de Jaime fazer a ronda. Primeiro ele se encontra com Bran, e descobre que o menino agora é meio robô, que não tem emoções e dane-se que você me jogou de lá, o importante é que agora você está aqui e se eu contasse tudo o que sei, você não estaria mais vivo, então é isso o que temos pra hoje – quase com essas palavras. Jaime se dá por satisfeito com aquilo, continua seu passeio por Winterfell e se encontra com Tyrion. Eles conversam sobre como a vida era mais simples antigamente (claro, ter três filhos com a própria irmã era uma forma muito tranquila de se viver mesmo). Antes que o assunto engrenasse, Jaime se distrai com Brienne, que está no meio dos guerreiros, os ajudando a se preparar para a batalha. Jaime a elogia e ela estranha a falta de tiração de sarro. Mas Jaime agora é um novo homem e ela não sabe lidar muito bem com isso.

Então começam a chegar os últimos integrantes dessa galera que vai defender Winterfell na batalha que se aproxima. Primeiro chega Theon, com meia dúzia de marinheiros. Após um abraço emocionado em Sansa, ele conta a Daenerys que sua irmã foi reconquistar as Ilhas de Ferro, mas que continua leal a Dany. Logo depois chegam os últimos patrulheiros da noite, com Tormund. Eles contam que os mortos já passaram pelos Umbers e não deixaram nada pra trás e que devem chegar a Winterfell ao amanhecer no mais tardar.

Os cabeças da luta se reunem para planejar e criar uma estratégia de defesa do castelo. O pessoal fica meio que sem ideias quando Bran indica que ele será a isca para o Rei da Noite. Theon prontamente se voluntaria a servir de bucha de canhão nesse plano, junto com os poucos Greyjoys que ali estão. E esse parece ser o grande plano – torcer para sobreviver ao primeiro ataque do exército dos mortos vivos, atrair o Rei da Noite e matá-lo rapidamente.

Começam então os grandes preparativos para a luta que se avizinha. Ou seja, vai todo mundo beber e se despedir dos seus pares. É nessa hora que acontecem as grandes cenas do episódio. Primeiro Arya, que após duas semanas flertando com Gendry, decide que é uma boa ideia colocar as coisas pra funcionar antes de morrer. Gendry, que não é bobo nem nada, aceita e os dois tem sua noite de amor. Arya não prega o olho, vivendo seus conflitos de menina moça, milady e assassina de mil faces, tudo ao mesmo tempo agora.

Enquanto isso, outro pessoal se junta para lembrar das batalhas já vencidas e perdidas. Tyrion e Jaime, depois Davos, Brienne e Pod e finalmente Tormund, que começa a lembrar da primeira vez que matou um gigante, quando tinha apenas 10 anos e acabou transando com a mulher gigante, que o confundiu com um bebê e o amamentou por três meses. Como se não bastasse essa bizarra e hilária história, ele ainda vira seu chifre de cerveja, babando pra todo lado, se achando o ser mais sexy dos Sete Reinos. Foi praticamente uma dança do acasalamento para Brienne que funcionou muito (sqn). Aí Jaime resolve mostrar como é que se faz e se oferece a tornar Brienne uma cavaleira de verdade. Inicialmente ela recusa, mas depois de ver a cara de “ah, vá!” de Pod, aceita a comenda. Foi emocionante vê-la finalmente sendo reconhecida como uma igual e tendo o sonho de sua vida ser realizado. Nem Tormund se aguentou, e aplaudiu efusivamente. Foi a cerimônia que deu título ao episódio, o que normalmente não seria pouca coisa, mas que ganha mais significado ao levarmos em conta o que ocorreu logo em seguida.

Jon, como todo bom Stark antes de um momento decisivo, foi às criptas se aconselhar com seus antepassados. Só que desta vez, ao invés de se colocar em frente ao túmulo de Ned Stark, estava olhando para a estátua de sua mãe, Lyanna. Dany chega e pergunta quem é ela. Jon perde a oportunidade de responder apenas “sua sogra e sua cunhada também, tia!”. Jon conta a sequência que culminou no seu nascimento. Dany, que nunca acreditou muito na ideia de Rhaegar ser um doido estuprador, logo percebe que Jon está falando a verdade. Enquanto Jon parece perdido nas questões incestuosas de seu relacionamento, Dany mostra que o que a preocupa realmente é que Jon é o verdadeiro herdeiro do trono. Mas antes de termos a resolução desse conflito, as trombetas tocam e é hora de ir pro front porque os mortos já chegaram.

Todo mundo esperava uma temporada mais agitada e ainda não tivemos nada disso. Mas agora a chapa vai congelar e teremos a primeira das grandes batalhas da temporada. Tudo pode acontecer, e se tem algo que Game of Thrones nos ensinou, é que gente importante e querida dará seu último suspiro muito em breve.

Notinhas

  • Quando Jaime recebe o perdão, ele se refere a Daenerys como “Your Highness”, aceitando-a como sua legítima rainha. Ele, um cavaleiro da Guarda Real, se mostra agora leal a Dany, mesmo contra sua irmã. Como tal, deve defendê-la de tudo e todos. Será ele o responsável por trazer o fim à Cersei quando chegar a hora?
  • Confesso que Tyrion está me cansando um pouco. Parece que desde que resolveu seu problema com Tywin, ele não é o mesmo. Faz besteira atrás de besteira, lê errado o jogo, confia em quem não é confiável. Até os momentos mais engraçados do personagem vão ficando cada vez mais escassos. Bom, pelo menos até esse episódio, onde tivemos uma ou duas cenas que lembraram o bom e velho Tyrion. Mas ainda é muito pouco para o que ele já foi pra série.
  • Dany foi se mostrar vulnerável à Sansa, admitindo que talvez ela é que seja manipulada por Jon, já que está apaixonada por ele. Essa nova Sansa não vai deixar isso passar batido. Podem ter certeza de que no momento oportuno isso será muito bem aproveitado pela Lady de Winterfell – como, por exemplo, quando Dany ainda tentar se colocar como herdeira do trono mesmo sabendo que o herdeiro legítimo é Jon.
  • O que foi aquela cena com Davos dando sopa pro povo? Tudo bem, ele é o Capitão Cebola, foi o responsável por alimentar Stannis durante a guerra pelo trono de Robert Baratheon, mas isso é um pouco demais, não? Com tanta coisa para acontecer, vamos gastar tempo de tela com Davos conversando com uma menina que parece a Shireen, só pra mostrar que Gilly está na área?
  • Tem muita gente achando que Theon e Sansa serão um casalzinho. Esses dois passaram por maus bocados com Ramsey e se ajudaram muito. Os dois consideram que não teriam conseguido sobreviver sem a presença do outro. Talvez eu esteja errado, mas acho que não é por aí que vai terminar a história dos dois – aliás, muito pelo contrário (ver a última notinha abaixo).
  • O encontro estratégico de líderes é muito bem desenhado, todos participam. Mas são Bran e Sam que roubam o show. “He wants to erase this world, and I’m its memory” –Bran.
  • Acho que tem alguma coisa surpreendente vindo aí nessa batalha em termos estratégicos. Acredito que ou os humanos estão planejando alguma coisa que não ficou visível nas cenas – tipo, existem dois dragões que mal foram citados nessa conversa. Ou então é o próprio Rei da Noite que vai dar um olé neles e, por exemplo, largar só uma parte de seu exército em Winterfell mas na verdade marchar é para King’s Landing.
  • Enquanto Arya ainda parecia titubear sobre se iria atrás de Gendry, ela divide um gole de vinho com o Cão, que percebe que ela realmente não é mais a mesma – se antes ela não parava de falar por nada, agora às vezes parece até muda. Esses dois juntos em cena é sempre certeza de coisa boa.
  • Aliás, por mais tenso e sentimental que tenha sido esse episódio, fazia bastante tempo que eu não ria tanto com um Game of Thrones. Das caras e indiretas de Bran para Jaime, de Jon fugindo de Daenerys, de Tyrion servindo uma taça de vinho até a boca para Pod ou o Cão ameaçando matar Dondarrion, foram várias as cenas realmente engraçadas dessa semana.
  • Invejosos dirão que Ghost apareceu nesse episódio. Me recuso a aceitar que isso é tudo o que teremos de Ghost, até porque isso aí parece um lobo qualquer e não um imponente direwolf. Queremos muito mais do que isso.
  • Vou me arriscar aqui e indicar quatro personagens que acredito que morrem no próximo episódio: Theon, Greyworm, Gendry e Tormund. Brienne é uma forte candidata também.

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