Num dia frio, você acessa sua conta no Netflix e resolve aleatoriamente escolher um filme. Olha para um chamado Um Contratempo (Contratiempo/The Invisible Guest), lê a sinopse e parece interessante e então inicia sua jornada por um filme cuja trama é extremamente envolvente, inteligente, intrigante e muito bem executada por seus protagonistas. Então você pensa, como nunca ouvi falar desse filme? Se, assim como eu, ainda não conhecia, eis a oportunidade.
O filme espanhol, escrito e dirigido por Oriol Paulo e estrelado por Mario Casas (Adrián Doria), Bárbara Lennie (Laura Vidal) e Ana Wagener (Virginia Goodman), conta a história de um jovem empresário de sucesso, que um dia acorda num quarto de hotel ao lado de sua amante, que está morta. Para sua defesa, precisa da ajuda de uma grande advogada, prestes a se aposentar e que nunca perdeu um caso. Bárbara precisa que Adrián conte tudo que aconteceu afim de ajudá-lo no tribunal e assim se dá a narrativa do filme. Toda em flashback, sendo montada a partir da narração dos acontecimentos, segundo o acusado.
Fica difícil fazer uma resenha e não poder revelar nada. Cada detalhe conta, cada detalhe é importante para o telespectador tentar decifrar e desenrolar o emaranhado que vai tomando conta do caso. O filme foge dos casos policiais comuns, foge da narrativa fácil e previsível, onde após poucos minutos você já sabe quem é o culpado e só precisa acompanhar como será sua captura ou julgamento. Em Um Contratempo, apenas poucos atores, poucos cenários são necessários para uma história rica em detalhes, que podem tanto ajudar quanto atrapalhar, dependendo de como você monta o caso em sua cabeça.
Surpreendente! Mostra que para se ter um bom filme, nem sempre é necessário uma mega produção, mas um bom roteiro é imprescindível. Os atores merecem grande parte do crédito, também, afinal souberam executar com maestria o que lhes foi proposto.